por José Avelino Neto - Colaborador do diário do nordeste
O meteorologista da Funceme, David Ferram, explica que a ausência de chuva se deve a um fenômeno que tem agido nos últimos dias no Ceará. "Existe uma alta pressão agindo sobre o Estado que está inibindo a formação de nuvens e tem feito com que chova ainda menos". A ação tem ganhado força com a atual fase da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que, segundo David, está ao norte da linha do Equador, fazendo com que o sistema haja de forma a diminuir a intensidade das chuvas.
Banabuiú O Ceará voltou a ter mais um dia sem chuvas em todos os seus 184 municípios. É a segunda vez neste mês que nenhuma gota cai do céu. A primeira foi na última segunda-feira (25). Um dia antes, apenas dois municípios registraram alguma pluviometria, sendo a maior de apenas 1.6 mm (São Benedito). Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), a total ausência de chuvas no Estado não acontecia desde 2012. Em dez anos, essa é a segunda vez que o fenômeno se repete. A última vez que o Ceará teve todos os municípios sem registrar chuvas por dois ou mais dias, foi em janeiro de 2007.
O meteorologista acrescenta que o fenômeno deve continuar pelos próximos dois dias, afastando as chuvas. "Em períodos com maior probabilidade de chuvas na categoria abaixo da média, esses fenômenos estão dentro da normalidade", diz.
Segundo os dados da Funceme, a região mais afetada pela ausência das chuvas continua sendo o Sertão Central e Inhamuns. O total calculado até agora é de apenas 210 mm, o que representa um desvio de -59% frente aos 514 mm que são esperados pela média histórica; seguida pela região da Ibiapaba, com -52,2%; e o Litoral de Fortaleza, registrando desvio de -51,7%. A região do Cariri apresenta o menor desvio entre as oito macrorregiões monitoradas pelo órgão: -34%. Por lá, já choveu 456 dos 700 mm que são esperados pela média histórica.
A maior consequência é sentida nos açudes. Dos 153 reservatórios gerenciados pela Companhia Cearense de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh), 21 estão secos e 35 no volume morto.
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