00:00 · 21.08.2015
De janeiro a agosto deste ano, foram registrados no Ceará 33 latrocínios - os roubos seguidos de morte. Durante o período, a maior incidência foi na Capital, com 18 casos registrados. O número, contudo, é 36,5% inferior ao que foi registrado em igual período do ano passado, quando 52 pessoas foram assassinadas na modalidade criminosa.
Os dados foram obtidos através dos registros diários dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CLVIs), disponíveis no site da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Os números ainda não são consolidados e estão sujeitos a alterações, conforme é explicado no texto disponível no endereço.
Conforme o balanço disponível na página oficial da Pasta, os latrocínios representam aproximadamente 1,33% de um universo de 2.476 mortes violentas registradas no Estado nos oito meses neste ano.
A cidade com maior número de latrocínios em 2015 foi Fortaleza. Na Capital, 18 pessoas foram vítimas dos criminosos. Agosto tem sido, até o momento, o único mês do ano sem registro da modalidade na cidade.
Já as cidades de Maracanaú e Santa Quitéria contabilizam dois casos cada um neste ano. Carnaubal, Pedra Branca, Banabuiú, Crato, Cascavel, Boa Viagem, Alcântaras, Choró, Massapê, Guaramiranga e Horizonte registraram uma morte por latrocínio em 2015.
O último caso registrado no Ceará aconteceu na noite da última quarta-feira (19) na localidade de Queimadas, em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Na ocasião, uma dupla armada anunciou um assalto em um bar e matou um cliente, que reagiu.
De acordo com informações obtidas junto à Delegacia Metropolitana de Horizonte, o crime aconteceu por volta das 22h. Dois homens a bordo de uma motocicleta adentraram o estabelecimento comercial e anunciaram o assalto.
A dupla ameaçou os clientes do bar com armas de fogo. Valdecir Alexandre Ferreira, de 48 anos, reagiu e acabou morto. Os homens fugiram.
Durante todo o dia de ontem policiais fizeram buscas na região e levantamentos de informações no intuito de localizar os suspeitos e capturá-los. Entretanto, a dupla não foi presa até o fechamento desta edição, segundo a Polícia.
Ações
O secretário adjunto da SSPDS, coronel PM Lauro Carlos de Araújo Prado, exaltou o trabalho das Forças de Segurança no combate à criminalidade, culminando na redução dos latrocínios.
"Temos combatido muito o CVLI, que é uma das nossas metas de redução. (A diminuição de latrocínios) não nos alegra em nada, pois uma vida é uma vida, principalmente, pois a pessoa que é vítima do latrocínio, normalmente está na tranquilidade e tem de passar por isso. Nos preocupa e entristece essa situação. E temos buscado combater com mais vigor o roubo, justamente porque dele alguém pode ser lesionado ou morto durante uma ação criminosa", afirmou Lauro Prado.
Prado enfatizou que a principal recomendação a ser dada é jamais entrar em conflito com os bandidos. "A orientação é não reagir", disse.
Crimes
Em 2015, alguns crimes de latrocínio marcaram a sociedade pela violência empregada.
Em fevereiro, durante um único fim de semana, por exemplo, foram três casos registrados na Grande Fortaleza. Na manhã do dia 21 daquele mês o corpo da professora universitária Maria das Graças Nina foi encontrado em Itaitinga. O próprio genro dela planejou a ação para roubar a herança.
No domingo seguinte, dia 22, o 2º tenente da Reserva do Exército Brasileiro (EB), Valzemir Gaspar de Sousa, foi morto por assaltantes quando saía de um almoço em família. Naquele mesmo dia, o bacharel em Direito Eduardo Vale de Brito levou um tiro na cabeça quando estava na porta da casa da noiva, na Avenida Desembargador Gonzaga, bairro Cidade dos Funcionários.
O pastor evangélico Francisco Darckson da Silva Lira, fundador da Igreja Batista Vale da Benção, também foi morto em um assalto. O reverendo foi morto com 15 golpes de faca na madrugada de 25 de fevereiro na Avenida Heráclito Graça, no Centro de Fortaleza.
Levi de Freitas
Repórter
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