Presidente pediu à população paciência e compreensão e afirmou que a situação será 'passageira'
Brasília. A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem as medidas econômicas que estão sendo adotadas para o país voltar a crescer. Segundo ela, durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, na tentativa correta de defender a população, o governo absorveu, até 2014, todos os efeitos negativos da crise econômica internacional, lançando mão do Orçamento para proteger o crescimento, o emprego e a renda das pessoas, mas não havia como prever que a crise mundial duraria tanto tempo.
Correções e ajustes
Dilma destacou que as correções e ajustes na economia, mesmo que signifiquem sacrifícios temporários para todos e críticas injustas ao governo, são a forma de dividir a carga negativa com os setores da sociedade. "São medidas para sanear as nossas contas e, assim, dar continuidade ao processo de crescimento com distribuição de renda, de modo mais seguro, mais rápido e mais sustentável". A presidente destacou que as correções estão sendo feitas de forma com que todos suportem a sua aplicação.
"As medidas estão sendo aplicadas de forma que as pessoas, as empresas e a economia as suportem. Este processo vai durar o tempo que for necessário para reequilibrar a economia. Mais importante do que a duração dessas medidas será a longa duração dos seus resultados e dos seus benefícios. Que devem ser perenes no combate à inflação e na garantia do emprego".
Dilma lembrou que as medidas incluíram o corte de gastos do governo, a revisão de distorções em benefícios e a redução, parcial, de subsídios de créditos e desonerações nos impostos, "dentro de limites suportáveis pelo setor produtivo".
Em seu discurso, ela citou a importância da população no processo de retomada do crescimento. "Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira", defendeu.
Escândalo na Petrobras
O escândalo das suspeitas de corrupção na Petrobras, foi mencionado apenas no fim de sua fala. Ela frisou que a investigação das denúncias de corrupção na estatal é "ampla, livre e rigorosa". Com isso, buscou responder as acusações de que seu governo tenta interferir nas apurações da Operação Lava-Jato.
"Com coragem e até sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justiça social em favor dos mais pobres, como também aplicar duramente a mão da justiça contra os corruptos", defendeu.
Oposição
A oposição reagiu com rapidez ao pronunciamento. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que a petista "inventa bodes expiatórios" e mente para a população. Para Aécio, "a presidente tem razão num ponto: os brasileiros estão irritados e preocupados. E sabem bem com o quê e com quem", afirmou. fonte DN
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