Morte de abelhas entre Limoeiro e Tabuleiro do norte preocupa


Entre os municípios de Limoeiro do Norte e Tabuleiro, centenas de milhares de abelhas morreram nos últimos dias. A possibilidade de que essa economia desapareça na região assusta os produtores locais, que já perderam pelo menos 50 colônias produtivas, segundo cálculos da Associação dos Apicultores de Limoeiro, que acompanha o problema. 

De acordo com uma investigação conjunta de Adagri e apicultores locais, a causa das mortes das abelhas é atribuída ao uso inadequado de agrotóxicos por uma grande empresa agrícola da região.

Trata-se da Nova Agro, que está desenvolvendo um projeto de produção de algodão irrigado de alto rendimento em uma área de 2.000 hectares no município de Tabuleiro do Norte.

A pulverização intensiva, explica Cláudio Almeida, líder da comunidade dos apicultores, poderia acabar com esta atividade, que envolve atualmente 150 agricultores e levou à exportação de 2.700 toneladas de mel para os Estados Unidos, Itália e Alemanha no ano passado. O volume de negócios foi superior a 10 milhões de dólares.

A Nova Agro se defende alegando que a pulverização ocorre dentro de sua propriedade física. Segundo Adagri de Limoeiro, acontece que a pulverização do veneno com os ventos fortes da época tem poluído as áreas próximas onde a apicultura é disseminada.

"O uso de produtos fitofarmacêuticos é comum na região, mas o processamento é compartilhado com os agricultores para evitar a contaminação de animais, pássaros e pessoas. O que não aconteceu neste caso", diz a associação buscando diálogo com a Nova Agro.

Adagri monitora casos

O escritório da Adagri em Limoeiro do Norte monitora o problema e agora esta contando com o apoio da Cáritas da Diocese de Limoeiro, que recolheu as abelhas mortas para análise laboratorial, identificando assim o tipo de componente químico utilizado. Os resultados ainda não foram publicados.

Quando consultada a Adagri em Fortaleza, simplesmente desconhece o problema. Em nota, explica: “A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), informa que não há nenhum processo solicitando vistoria para averiguação sobre a mortandade de abelhas em apiários localizados no Vale do Jaguaribe”. Fonte Opovo.