Produção do Cacau no Tabuleiro de Russas deu “excelentes” resultados com alta produtividade.
Conhecido como Tabuleiro de Russas, onde são produzidos variadas lavouras o Perímetro Irrigado do Tabuleiro de Russas. destaca-se agora com outra cultura irrigada, que despontam como o novo boom da região Jaguaribana.
Trata-se do cacau cultivo em quatro hectares no Perímetro Irrigado do Tabuleiro de Russas, localizado na região do Baixo Jaguaribe. A partir de testes realizados há cerca de oito anos, quatro variedades do fruto se adaptaram à região.
Os resultados da produção dão sinais de que o cultivo é promissor. Com o fruto local, os traços de rapadura e mel no chocolate não deixam dúvidas, o cacau Russano faz jus à origem. a doceria Sucré Patisserie inovou na produção de um ovo de Páscoa cearense, o Ovo DOC (Denominação de Origem Cearense).
Segundo o diretor da Adece, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Ceará, o cacau é colhido e mandando para a Ceplac, em Ilhéus, na Bahia, processado e devolvido em formato de barras. O projeto é realizado por meio de convênio com a União dos produtores do Vale do Jaguaribe (Univale), a Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semiárido. Tentado incentivar os produtores.
De acordo com o engenheiro agrônomo, o objetivo atual é não apenas vender a amêndoa, mas adquirir o maquinário necessário para transformar a amêndoa em massa de cacau e no próprio chocolate. “Nós já conseguimos transformar parte da produção em polpa”, diz. Diógenes explica que vários estados estão com interesse na atividade porque a produção está em decadência em outros estados por causa da vassoura-de-bruxa, causada por fungo e uma das doenças com maior impacto econômico na produção de cacau. O Ceará, ressalta o produtor, está isento da doença em razão do clima. Segundo ele, a ideia é ampliar a área de cultivo para 7 hectares.
Paulo Marrocos, pesquisador da Ceplac, avalia que o Estado ainda tem áreas experimentais e pequenas, mas “tem potencial para mais”. É muito bem vinda a experiência em áreas semiáridas, mas não é de uma hora para outra, tem que experimentar. Nem todas se adaptaram, mas as que se adaptaram tiveram produtividade maior do que 140 arrobas por hectare no ano. Na Bahia, maior produtor do Brasil, a produção é, em média, de 50 arrobas por hectare.
O local de plantio, segundo a chefe de cozinha Lia Quinderé, confere características específicas ao fruto colhido. “O cacau é igual ao vinho, tem o terroir. O gosto é conferido a partir do lugar onde nasce. O do solo cearense tem notas de rapadura e de mel mesmo sem ter nenhum desses ingredientes adicionados à receita do chocolate”, afirma.
Genuinamente cearense, o Ovo DOC é feito com chocolate 45% cacau e recheado com farofa crocante de farinha d’água e castanha de caju. “Para você ter um chocolate de qualidade, fino, é preciso uma boa fermentação. O nosso cacau tem esse resultado”, conta Lia. Ela diz que o trabalho desenvolvido aplica técnicas de gastronomia contemporânea a ingredientes cearenses.
“Desde o início, na gastronomia, tive esse entendimento de realizar um trabalho com os produtos cearenses. Não tinha que aprender receitas, mas técnicas para aplicar a produtos aqui e valorizar a cultura cearense. Mostrar que é possível fazer uma alta gastronomia com ingredientes que não são valorizados. Além de valorizar as famílias que dependem desse cultivo, o nosso povo”, pontua.
Fonte OPovo
Itens relacionados:
Russas