Ontem, o pré-candidato à Presidência pelo PDT esteve em Caririaçu, Juazeiro e Crato com a caravana Rumo 12
Crato. "Me apresento com autoridade moral para apontar o dedo na venta dos corruptos deste Brasil!", bradou o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), na noite de ontem, para uma plateia de apoiadores em evento realizado no Município do Crato. Foi o primeiro dia de incursões da Caravana Rumo 12, promovida pelo partido, que passará por diversas regiões do Ceará com o intuito de fortalecer a pré-candidatura do pedetista à Presidência da República. Em entrevistas, ele também admitiu aliança do grupo governista com o senador Eunício Oliveira (PMDB) em âmbito local.
Em discurso, Ciro lamentou os números do desemprego e da violência no Brasil, fez críticas ao Governo do presidente Michel Temer (PMDB) e destacou sua experiência política e ficha limpa como credenciais para a disputa presidencial. Ele também acrescentou que, com a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ser candidato no pleito de outubro próximo, aumenta sua responsabilidade de apresentar um projeto para o País no campo da centro-esquerda.
Ainda ontem, antes do encontro realizado em um clube no Centro do Crato, Ciro Gomes também esteve em Caririaçu e Juazeiro do Norte. Nas três cidades, ele foi recebido pelos prefeitos Edmilson Leite, de Caririaçu, Arnon Bezerra, de Juazeiro, e José Ailton Brasil, de Crato. A Caravana Rumo 12 continua hoje na Região do Cariri, onde acontece convenção municipal do PDT de Barbalha na Câmara de Vereadores daquele Município, marcada para as 9h. Até amanhã (3), a comitiva deve visitar 12 municípios do Cariri.
Na noite de ontem, no evento no Crato, o pré-candidato esteve cercado por lideranças pedetistas e apoiadores de partidos aliados. Estiveram presentes o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o presidente do partido no Ceará, deputado federal André Figueiredo, o ex-governador e irmão de Ciro, Cid Gomes, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), assim como outros gestores de municípios do Interior do Estado.
Também participaram do evento os presidentes da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado estadual Zezinho Albuquerque (PDT), e da Câmara Municipal de Fortaleza, vereador Salmito Filho (PDT), além de outros deputados estaduais da base aliada do governador Camilo Santana (PT), deputados federais e vereadores do Interior.
Aos presentes, Ciro disse que o Brasil tem, atualmente, cerca de 12,7 milhões de desempregados e citou que passa de 34 milhões o número de pessoas "empurradas para a informalidade". Ao tratar da área de Segurança Pública, ele afirmou que o cenário é de impotência e desmoralização do Estado brasileiro frente ao "banditismo organizado" e lembrou que, em 2017, foram registrados cerca de 64,7 mil assassinatos no País. "As autoridades se esforçam aqui e ali, mas o Brasil não mudou uma lei, o Brasil não mudou o Orçamento ao longo dessa década e meia em que esse fenômeno se impõe, e dele não escapa ninguém".
Diante destes e de outros problemas, o pré-candidato do PDT defendeu que, "por mais que a sociedade esteja descrente da luta" e que, na busca por "simplificações grosseiras", "não faltam aqueles que, como verdadeiros urubus procuram matéria podre para dela viver", é preciso tentar um "caminho diferente" por meio da política.
Mais cedo, no Horto do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, Ciro Gomes enfatizou que, caso Lula não seja candidato neste ano, terá maior responsabilidade no pleito. "Aumenta muito, e eu vou cumpri-la". Já em entrevista coletiva no Crato, ele defendeu o direito de o petista ser candidato. "Acho natural o PT ter candidato, assim como o PDT tem sua proposta. Tenho certeza que nós vamos trabalhar e nos reencontrar no segundo turno".
Aliança local
Provocado sobre possível aliança com o presidente do Congresso Nacional, o senador Eunício Oliveira, o pré-candidato foi cauteloso e lembrou o último pleito, marcado por "muita confrontação". Ele ressaltou o atual papel de Eunício para o Estado, mas frisou que nunca fez "acordo com adversário para tirar o povo da jogada", dando a entender que, se o eleitorado aceitar coligação entre ex-adversários, a aliança se concretizará. Ciro ressaltou, contudo, que a "última palavra" é do governador.
"Se Eunício viabilizar recursos para o Estado, eu agradeço publicamente. Ao invés de perseguir, ele ajudou. Se amanhã ou não isso vai criar um ambiente que adversários de ontem podem dar as mãos com respeito do povo, só o tempo vai dizer. Eu, nesse momento, sou um obstáculo. Eu não percebo coerência nesse momento ainda. O que temo é que reunião de adversários de ontem possa parecer que é entendimento de gabinete para diminuir o valor do eleitor. Isso nunca fiz na vida inteira".
Fonte DN
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