Há manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre, entre outras cidades; no centro do Rio, houve confronto com polícia
Manifestantes convocados por partidos, sindicatos e grupos de esquerda fazem no início desta noite protestos em várias cidades do país pedindo a saída do presidente Michel Temer (PMDB) e a realização de eleições diretas para escolher o seu sucessor na Presidência da República.
Entre as principais capitais, há protestos em São Paulo (na Avenida Paulista), no Rio de Janeiro (na Candelária, região central da cidade), em Belo Horizonte (na praça Sete de Setembro, no centro) e em Porto Alegre (na Esquina Democrática). Em Brasília, um grupo de manifestantes se concentra em frente ao Palácio do Planalto.
No Rio de Janeiro, a manifestação, que começou na Candelária e se dirigiu pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, na região central da cidade, terminou em confronto entre manifestantes, que jogavam pedras e outros objetos, e policiais, que responderam com bombas de gás e efeito moral.
Em São Paulo, os manifestantes, que se concentraram no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), seguiram em caminhada, sob chuva, até o escritório da Presidência da República, próximo à rua Augusta, e fecharam as pistas nos dois sentidos da Avenida Paulista. Não houve tumulto.
Na capital federal, houve um princípio de tumulto na Praça dos Três Poderes entre a Polícia Militar e cerca de 200 manifestantes, que arremessavam objetos contra os policiais e tentavam derrubar uma grade de isolamento. A PM, que contava com pelo menos 20 viaturas, além da presença da Cavalaria, do Batalhão de Choque e de motos da Rocam, dispersou a confusão com spray de pimenta e bombas de efeito moral. Depois da ação policial, os manifestantes se concentraram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF).
As manifestações foram convocadas depois da revelação de que Temer fora gravado pelo empresário Joesley Batista incentivando estratégia do dono da JBS de fazer pagamentos mensais ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, para que ele permaneça em silêncio – a conversa, que consta de delação feita pelo empresário e homologada pelo STF – foi revelada na quarta-feira pelo jornal O Globo.
Vermelhos e verde-amarelos
Os protestos devem ser maiores no domingo, já que, além desses grupos que estão nas ruas nesta quinta-feira, movimentos de direita que protestaram pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) também devem ir às ruas para pedir a renúncia de Temer. Há atos marcados para ao menos dez capitais.
Apesar de terem agendado atos simultâneos pela saída de Temer, as lideranças dos manifestantes que vestem vermelho e verde-amarelo deixaram claro que não vão se misturar e que estão em lados antagônicos da história.
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