Deputados integrantes da oposição ao governador Camilo Santana (PT) protocolaram, nesta terça-feira (23), pedido de impeachment do chefe do executivo estadual por crime de responsabilidade.
A denúncia foi feita junto à presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, tendo como base a delação do executivo da JBS Wesley Batista.
Para Camilo Santana, a ação é oportunista e busca tirar vantagem política. “Essa ação tem o objetivo claro de se aproveitar do momento instável vivido pelo país para tentar tirar vantagem política. Isso é oportunismo puro e não vou entrar nesse jogo”, disse o governador Camilo Santana.
Em conversa com internautas no Facebook, o governador declarou ainda que "esse é um momento que ninguém pode pré-julgar ou condenar ninguém por antecipação, só quem pode fazer isso é a Justiça".
Ele também disse que não tem “nada para esconder de ninguém” e que o portal da transparência do Ceará é primeiro lugar no ranking da transparência. “É obrigação do Governo prestar conta de cada centavo que entrar no governo e o que está saindo”, finalizou.
O líder da oposição na Assembleia, deputado Capitão Wagner (PR), assina o pedido de impeachment. Antes da apresentação, o parlamentar organizou uma reunião no seu gabinete no início da manhã desta terça (23), na qual estiveram presentes os deputados e deputadas:
- Odilon Aguiar (PMB);
- Leonardo Araújo (PMDB);
- Roberto Mesquita (PSD);
- Fernanda Pessoa (PR);
- As assessorias dos deputados Heitor Férrer (PSB) e Carlos Matos (PSDB).
Segundo o empresário Wesley Batista, o ex-governador Cid Gomes foi pessoalmente ao escritório do grupo, em São Paulo, e solicitou uma contribuição de R$ 20 milhões à campanha de 2014, cujo vencedor do pleito foi o atual governador.
Alguns dias depois, Cid teria enviado o deputado federal Antônio Balhmann (PROS-CE) e o atual secretário de Turismo do Estado, Arialdo Pinho, com uma proposta de abater os R$ 20 milhões soliciados no valor devido em restituições do ICMS, algo que foi aceito pelo empresário.
Diante das declarações, o secretário de Turismo emitiu nota em que afirma ser imprudência rebater as acusações e que reserva-se ao direito de responder apenas ao que eu tiver conhecimento preciso.
Confira a nota na íntegra:
"Não existe contra mim nenhum procedimento formal de investigação ou acusação em processo judicial. A citação ao meu nome foi feita, até o presente momento, em uma delação, que são palavras. Como muitas outras delações já aconteceram no País, sem provas e com forte cunho político. Essa delação foi noticiada pela imprensa, a única fonte de informação até o momento. Por isso, seria, como de fato é, uma imprudência rebater essa acusação que ensaiam contra mim sem um conhecimento pleno do que existe e foi apurado. Por essa razão, reservo-me no direito de responder apenas ao que eu tiver conhecimento preciso. Não se faz acusação nem defesa senão na certeza dos fatos e na plenitude do conhecimento".
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