Após 16 meses seguidos apresentando redução, o número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte - voltou a crescer no Ceará, em janeiro deste ano. O Estado registrou 349 mortes violentas no primeiro mês de 2017, enquanto aconteceram 323 ocorrências em igual período de 2016, o que representa um aumento de 8%.
Leia Mais
O número registrado no último mês também se notabilizou como a maior ocorrência de CVLIs desde dezembro de 2015, quando 359 pessoas foram mortas em território cearense. Fortaleza reúne o maior número de mortes violentas e o maior aumento do índice, em janeiro último. No período, 123 pessoas foram vítimas dos crimes, na Capital, representando um acréscimo de 26,8% na estatística, que somou 97 mortes no primeiro mês do ano passado.
Esse foi o maior registro em um mês, na capital cearense, desde novembro de 2015, quando aconteceram 151 mortes. O Interior Sul apresentou o segundo maior número de CVLIs, em janeiro, com 93 casos, e também a segunda maior variação, de 13,4%, em relação às 82 mortes violentas ocorridas em igual período de 2016.
A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) seguiu as outras duas regiões, com o crescimento de 4,8% em CVLIs, no mês passado, com 88 registros. No mês de janeiro anterior, foram 84 assassinatos.
Região Norte
A única região que apresentou redução no índice de CVLIs foi o Interior Norte. Em janeiro, 45 pessoas foram vítimas de homicídios no mês passado, enquanto aconteceram 60 crimes em janeiro de 2016. A queda alcançada foi de 25%.
Ao apresentar o aumento de CVLIs em coletiva de imprensa, o governador Camilo Santana afirmou que precisava avaliar e discutir as estatísticas em reunião que aconteceria logo depois, no dia de ontem, com a presença da alta cúpula de Segurança Pública do Estado.
Entretanto, o chefe do Executivo atribuiu dois motivos que podem ter levado ao crescimento do índice: "A nossa avaliação que faremos na reunião é saber se as mudanças que fizemos nos comandos, no mês de janeiro, afetou o trabalho da Segurança Pública, que é o mesmo fenômeno que aconteceu em janeiro de 2015, com a mudança de Governo. Ou se ter dado foco, principalmente em Fortaleza, para a redução de assaltos, prejudicou a ação contra os homicídios".
Apesar da redução dos roubos e furtos no Estado (ver matéria coordenada), o governador se mostrou preocupado com o aumento das mortes violentas. "É fundamental e prioritário no nosso Governo manter a queda de homicídios, até porque é o indicador que é avaliado em todo o País nas estatísticas de violência. Temos que manter esse esforço, 24 horas. O secretário e os novos comandantes têm essa missão", cobrou.
O titular da SSPDS, André Costa, reiterou o discurso de Camilo Santana sobre a importância da redução do número de homicídios, mas ressaltou os resultados obtidos nos números de roubos e furtos e em outras ações da Polícia. "A gente vai ter que avaliar o que está acontecendo. Realmente, com essa redução forte de crimes de roubo no Estado, e uma apreensão histórica de armas de fogo, inclusive muitas de calibre restrito, mostra um reflexo do trabalho nas ruas. Uma Polícia mais pró-ativa, que está fazendo mais abordagens a suspeitos. O objetivo é mostrar a força que a Polícia tem, com presença nas ruas, com ações de inteligência policial e operações", disse.
Reforço
Camilo Santana comparou o efetivo policial no Estado a um 'lençol curto', porque tem que tirar um contingente de um lugar para realocar em outro, apesar dos esforços do Governo para contratar mais policiais. O governador aproveitou para autorizar o titular da SSPDS, André Costa, a convocar a primeira turma de policiais militares aprovados no concurso público realizado no ano passado. 1.400 homens ingressarão na Academia Estadual de Segurança Pública.
Fonte diário do nordeste
Itens relacionados:
Ceará