O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito nesta quinta-feira (2) presidente da Câmara com 293 votos em primeiro turno. Outros cinco candidatos disputavam a vaga, Jovair Arantes (PTB-GO), relator do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, os candidatos da oposição Luiz Erundina (Psol-SP) e André Figueiredo (PDT-CE), Julio Delgado (PSB-MG) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Com a vitória de Maia, o governo Temer mantém o controle do Congresso por dois anos, com aliados eleitos tanto no Senado, com Eunício Oliveira (PMDB-CE), quanto na Câmara. Apesar de não declarar oficialmente, o Palácio do Planalto apoiava a reeleição de Maia. O deputado carioca mantém a posição de primeiro na linha sucessória da Presidência, já que o País não tem vice desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Apoiado por 14 partidos, Maia foi considerado durante a sua gestão como um presidente equilibrado e com boa interlocução com o Planalto e com os partidos.
Sua vitória é estratégica para o governo Temer já que o presidente da Câmara é o 'dono da pauta' da casa. É o presidente que define o que será votado, escolhe os membros de comissões, reúne os líderes para discutir as prioridades, entre outras atribuições.
Em seu discurso antes da votação, Maia defendeu a independência da Câmara dos Deputados e criticou os seus colegas que tem levado decisões internas ao Judiciário. O próprio Maia foi alvo da judicialização da candidatura. Apenas ontem o STF deu o aval a sua reeleição. Em janeiro, sua candidatura foi suspensa por um juiz de primeira instância, decisão derrubada dois dias depois pelo Tribunal Regional Federal.
— Quase todas as nossas decisões são levadas ao Judiciário. É por isso que dessa vez até um juiz de primeira instância se alvorou a se intrometer no nosso trabalho. Estamos falando sobre a independência e a força dessa casa. Podemos acreditar que um juiz de primeira instãncia poderia suspender o mandato de cada um de nós.
Maia defendeu ainda medidas para acelerar a economia, em um sinal claro que irá acelerar as discussões prioritárias ao Planalto - reformas da Previdência e Trabalhista. Falou ainda da importância da discussão do pacto federativo e da reforma do regimento interno.
— Precisamos de um regimento que favoreça o debate, para que quem está em casa não ache que isso aqui é um picadeiro.
A reeleição de Rodrigo Maia foi questionada judicialmente porque o regimento interno veda a reeleição no meio da legislatura. O caso de Maia, no entanto, foi considerado legal já que ele teve um mandato-tampão após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em julho do ano passado. Na ocosião ele foi eleito por seus pares com 258 votos em segundo turno realizado conta o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que ficou com 170 votos.
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