Limoeiro do Norte. O desafio dos produtores de frutas no perímetro irrigado Jaguaribe-Apodi é manter vivos os seus cultivos até que a quadra chuvosa garanta aporte nos açudes que abastecem a região. A principal cultura é a banana, que atualmente ocupa 44,53% da área produtiva.
Nos últimos dois anos, houve uma diminuição de 36% na produção, devido à pouca oferta de água.
Em 2014, o perímetro mantinha 2.855,5 hectares com culturas perenes e temporárias.
As frutas ocupavam 1.684 hectares enquanto as culturas temporárias, como feijão, milho verde, milho silagem, soja, dentre outras, mantinham 1.171,5 hectares com crescente produção. À época, houve destaque para a banana, cultivada para exportação, e para a silagem, que abastecia Maranhão e Rio Grande do Norte, que já sofriam com o segundo ano de chuvas abaixo da média.
Em 2015, o perímetro continuou a produzir, no entanto houve a primeira redução de área significativa, devido à diminuição da oferta hídrica. Passaram de 2.855,5 hectares para 2.476.3, uma queda de 13.27%. Já em 2016, o ano fechou com menos 36% da área que se mantinha irrigável em 2014, isso porque apenas 1.3m³/s de água do Rio Jaguaribe foram disponibilizados para os irrigantes. A preocupação dos produtores para 2017 é tentar colher o que já vinha sendo produzido e manter as mudas vivas para que haja produção no ano que vem, isso se as chuvas forem satisfatórias.
Osmarino de Lima Andrade, o Bil, é irrigante e presidente da Associação Quadra Três, no Jaguaribe-Apodi. A entidade reúne pequenos produtores e possui 104, divididos em 256 hectares.
A banana ocupa a maior parte das plantações e, no último ano, segundo ele, houve perdas e reduções em 50% das áreas. "Em épocas normais, com boa oferta de água, todos da associação chegavam a colher por hectare entre 2.000 a 2.500 quilos de banana. Hoje, a nossa média não chega a 500Kg", lamenta.
Além das perdas na produção, há também a baixa produtividade por cacho. Bil explica que, se bem irrigado, o cacho da bananeira pesa, em média, 18Kg, no entanto, hoje, os que conseguem se desenvolver atingem no máximo 10Kg. "Nós estamos dando menos água do que a banana precisa. Muitos dos cachos não chegam nem a crescer, a banana não incha, fica preta e murcha ainda pequena. Essa é a realidade de várias plantações aqui no perímetro", completa.
O produtor também revela que os poços que são perfurados, na tentativa de os irrigantes salvarem as áreas existentes, não são suficientes devido à pouca vazão. "Os poços secam rápido. O máximo que um durou aqui em cima foi 40 dias. Também tentamos manter folhas nos troncos, para manter a umidade, mas, sem água, não tem muito que fazer", finalizou.
A situação dos irrigantes é vista com preocupação pelo presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe- Apodi (Fapija), Raimundo César dos Santos, o Alemão, que diz que hoje há um processo de falência ocorrendo no Perímetro e que isso gerará perdas incalculáveis. (E.F.)
Fonte: diariodonordeste
Nos últimos dois anos, houve uma diminuição de 36% na produção, devido à pouca oferta de água.
Em 2014, o perímetro mantinha 2.855,5 hectares com culturas perenes e temporárias.
As frutas ocupavam 1.684 hectares enquanto as culturas temporárias, como feijão, milho verde, milho silagem, soja, dentre outras, mantinham 1.171,5 hectares com crescente produção. À época, houve destaque para a banana, cultivada para exportação, e para a silagem, que abastecia Maranhão e Rio Grande do Norte, que já sofriam com o segundo ano de chuvas abaixo da média.
Em 2015, o perímetro continuou a produzir, no entanto houve a primeira redução de área significativa, devido à diminuição da oferta hídrica. Passaram de 2.855,5 hectares para 2.476.3, uma queda de 13.27%. Já em 2016, o ano fechou com menos 36% da área que se mantinha irrigável em 2014, isso porque apenas 1.3m³/s de água do Rio Jaguaribe foram disponibilizados para os irrigantes. A preocupação dos produtores para 2017 é tentar colher o que já vinha sendo produzido e manter as mudas vivas para que haja produção no ano que vem, isso se as chuvas forem satisfatórias.
Osmarino de Lima Andrade, o Bil, é irrigante e presidente da Associação Quadra Três, no Jaguaribe-Apodi. A entidade reúne pequenos produtores e possui 104, divididos em 256 hectares.
A banana ocupa a maior parte das plantações e, no último ano, segundo ele, houve perdas e reduções em 50% das áreas. "Em épocas normais, com boa oferta de água, todos da associação chegavam a colher por hectare entre 2.000 a 2.500 quilos de banana. Hoje, a nossa média não chega a 500Kg", lamenta.
Além das perdas na produção, há também a baixa produtividade por cacho. Bil explica que, se bem irrigado, o cacho da bananeira pesa, em média, 18Kg, no entanto, hoje, os que conseguem se desenvolver atingem no máximo 10Kg. "Nós estamos dando menos água do que a banana precisa. Muitos dos cachos não chegam nem a crescer, a banana não incha, fica preta e murcha ainda pequena. Essa é a realidade de várias plantações aqui no perímetro", completa.
O produtor também revela que os poços que são perfurados, na tentativa de os irrigantes salvarem as áreas existentes, não são suficientes devido à pouca vazão. "Os poços secam rápido. O máximo que um durou aqui em cima foi 40 dias. Também tentamos manter folhas nos troncos, para manter a umidade, mas, sem água, não tem muito que fazer", finalizou.
A situação dos irrigantes é vista com preocupação pelo presidente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe- Apodi (Fapija), Raimundo César dos Santos, o Alemão, que diz que hoje há um processo de falência ocorrendo no Perímetro e que isso gerará perdas incalculáveis. (E.F.)
Fonte: diariodonordeste
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