Segundo o boletim hidrográfico da Cogerh,152 açudes monitorados pela Companhia, 47 estão secos e 42 estão em volume morto. O volume morto é a água que fica no fundo das represas, abaixo dos canos de captação que normalmente são usados para retirar água da barragem para seu uso. Ou seja, é o que fica abaixo da captação por gravidade (sem o uso de bombas).
Das 12 bacias hidrográficas do Estado, sete estão com volume de armazenamento de água inferior a 10%: Baixo Jaguaribe (0,0%), Sertões de Crateús (1,95%), Curu (1,78%), Banabuiú (2,11%), Médio Jaguaribe (5,65%), Salgado (9,60%) e Acaraú (7,79%). Outras três têm volume armazenado abaixo de 20%: Alto Jaguaribe (16,95%), Serra da Ibiapaba (16,02%) e Metropolitana (12,56%). Apenas duas estão com volume superior a 20%: Coreaú (30,41%) e Litoral (31,17%).
Um exemplo da crise hídrica no Ceará é a situação do maior açude do Estado, o Castanhão. Localizado no município de Nova Jaguaribara, a 260 quilômetros de Fortaleza, o reservatório tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água, mas hoje acumula apenas 382 milhões, que representa 5,7% da sua capacidade de armazenamento, o pior índice desde que foi inaugurado, há 12 anos. Além de Fortaleza, outros 25 municípios são abastecidos pelo Castanhão.
Em 2016, as chuvas no primeiro semestre ficaram 25% abaixo da média histórica no Ceará, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Fuceme). Em março, o mês mais chuvoso no estado, quando são esperados mais de 200 milímetros, em média, nos municípios, o índice registrado foi 129 milímetros.
Verônica Prado
Do G1 CE