Logo após a cirurgia, João Pedro foi encaminhado para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Albert Sabin. Ele acordou no dia seguinte e, desde então, não tem apresentado crises convulsivas e se encontra estável. Segundo a equipe médica, o menino deve permanecer na UTI por mais alguns dias. Os pais, Maiara e Francisco Wellington Falcão Castro, afirmam estar impressionados com a melhora do filho. A avó, Maria do Carmo Vieira Rodrigues, não vê a hora de poder levar o menino para casa, no Parque Santa Rosa. “Deus é maior e ele vai se recuperar”, diz Maria.
João Pedro já se encontrava debilitado, com paralisia parcial no lado direito do corpo e declínio cognitivo. Por isso, a equipe médica do Albert Sabin avaliou que uma viagem até São Paulo para realização do procedimento poderia ser ainda mais desgastante para a criança. “As convulsões eram a toda hora, elas não paravam. Os médicos disseram que somente com a cirurgia, ele poderia melhorar. É difícil, a gente sabe. Mas a gente tem muita fé”, fala a avó.
De acordo com a diretora geral do hospital, Marfisa Portela, com o novo procedimento cirúrgico no Albert Sabin, outras crianças com hemisferectomia terão o atendimento garantido e mais perto de casa, sem precisar viajar a um outro estado para fazer a cirurgia. “Poder realizar esse procedimento só torna ainda melhor o tratamento de excelência que trabalhamos para os nossos pacientes”, afirma.
Hemisferoctomia
Para realizar o procedimento, foi convidado o neurocirurgião da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, Marcelo Volpon. “Existem centros de excelência no país que realizam a cirurgia já como rotina, uma deles é USP de Ribeirão Preto. Então, a gente contou com a participação especial do Dr. Marcelo Volpon para conduzir o procedimento”, ressalta Eduardo Jucá.
“É importante frisar que Encefalite de Rasmussen é classicamente tratada dessa forma porque afeta toda uma metade do cérebro. Então, o tratamento é isolar essa metade do restante. O que se espera conseguir de imediato é a diminuição ou parada das crises convulsivas. Daí vem o trabalho de reabilitação. A cirurgia é o ponto inicial do tratamento”, explica Volpon, ressaltando que o tratamento acontece a longo prazo.
Ao todo, 10 profissionais, entre neurocirurgiões, enfermeiros, técnicos e anestesista, se envolveram diretamente na cirurgia. E todo o procedimento, que foi iniciado às 6h e terminado às 14h40, foi transmitido para a equipe de residentes. “Essa decisão de fazer a cirurgia aqui acabou com o risco da viagem, o estado de João Pedro já era difícil. Agora, acredito que podemos nos manter fazendo a hemisferectomia aqui no Sabin. Foi provado que, em termos de equipamento, o hospital está preparado”, afirma Eduardo Jucá. Opinião semelhante a apresentada pelo médico convidado, Marcelo Volpon: “para esse tipo de cirurgia, particularmente, a gente conseguiu fazer sem nenhum problema”.
Assessora de Comunicação do Hospital Infantil Albert Sabin
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