Na reunião, a Cogerh apresentou um balanço da primeira metade dos dias previstos de liberação. A decisão inicial, deliberada no último dia 3, previa uma vazão de 2m³/s por vinte dias, mas, devido a baixa cota do reservatório banabuense, o que foi liberado estava numa quantidade menor do que a prevista. “A liberação foi só de 1.645 litros por segundo e por conta disso, decidimos liberar esse total por treze dias até fazermos esta reunião”, esclareceu o gerente regional da Cogerh, Luis César Pimentel.
De acordo com o gerente as previsões feitas anteriormente não condizem com o que se viu nos últimos dias. “A expectativa era de que a água avançaria em torno de 6 km por dia pelo leito o rio. Mas ela avançou só 1,8 km por dia”, falou Luis César. Segundo ele uma equipe fiscalizou o leito do rio diariamente em pontos estratégicos, o que descarta a hipótese de barramento. “O que ocorre é que em seu início, o leito do rio tem um bom escoamento, mas ele é muito rochoso, a aluvião é rasa e a calha é menor. Então, à medida que se distancia ele cria meandros mais acentuados. De modo geral, as considerações atuais naturais contribuíram para que a operação não tenha tido o sucesso esperado”, pondera.
Abastecimento
Considerando que a liberação não atendeu as expectativas de início, o comitê decidiu por fechar as válvulas e interromper a operação antes do tempo previsto, temendo que o município poderia correr risco de sofrer problemas de abastecimento.
Luis César garante que o Açude tem água para abastecer Banabuiú até junho de 2018, mesmo que não haja recarga em 2017. “Hoje o reservatório está com 10 milhões m³. Se não houver mais vazão emergencial e se a água for usada apenas para o abastecimento humano da cidade, é possível estabelecer essa data, mas, temos que considerar muitas outras variáveis, como a estrutura do sistema de captação, tratamento e distribuição”.
Conforme os dados da Cogerh a onda de água liberada se estendeu por 24 km leito adentro e mesmo não ocorrendo dentro do período previsto, serviu para sanar problemas de abastecimento de seis localidades de Banabuiú e de Jaguaretama. Cerca de 300 famílias foram beneficiadas e a expectativa é de que pelos próximos dez dias a água possa chegar a outras localidades.
Itens relacionados:
Vale do Jaguaribe