Disputa pela outorga d'água acalorou o debate no XXIII Seminário de Alocação das Águas do Vale

Disputa pela outorga d'água acalorou o debate no XXIII Seminário de Alocação das Águas do Vale



Disputa pela outorga d'água acalorou o debate no XXIII Seminário de Alocação das Águas do Vale
Tv Jaguar



Na quarta-feira 20 de julho, a COGERH (Companhia de Gerenciamento dos Recursos Hídricos) realizou no auditório da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM) em Limoeiro do Norte, o XXIII Seminário de Alocação das Águas do Vale do Jaguaribe e Banabuiú. Dentro da reunião do comitê de Bacias do Vale do Jaguaribe e Banabuiú foi discutido e votado o percentual de água liberada pelos açudes Orós e Castanhão, e o percentual a ser destinado a capital Cearense.
Aberta a plenária, o representante da Associação dos Irrigantes do Perímetro Limoeiro - Morada Nova e vereador Geneziano de Sousa Martins, questionou a quantia da água que seria liberada para os perímetros e para os pequenos produtores das cidades do Vale. Carlos Félix, membro do comitê de Bacias do Baixo Jaguaribe e representante do município de Russas, criticou a demora em se dar uma solução ao problema e a efetivação de um plano de racionamento de água em Fortaleza. Hilmar Sérgio vereador de Morada Nova, reclamou que a COELCE demora muito quando a questão refere-se à projetos de energização para abastecimento.
A prefeita de Jaguaruana, Ana Tereza agradeceu pelos 40 poços profundos cavados em seu município, só que para amenizar o problema existente deveria ter sido providenciado também moto bombas, cano e energia elétrica. Simão Pedro, prefeito da cidade de Orós, reclamou que a reunião dos comitês de bacia com a COGERH se limita a beneficiar Fortaleza, sendo que em todo o vale as pessoas estão sendo privadas do uso da água. Francini Guedes destacou que a Jaguaribara também sofre com a falta de água para o abastecimento humano e culpou o mau gerenciamento das águas por parte da COGERH, pelos prejuízos na piscicultura no Castanhão.
O prefeito de Quixeré, Raimundo Santiago Bessa, que também é empresário da fruticultura, disse que sua situação é diferente dos outros gestores que priorizam o bem estar das pessoas. Bessa entende diretamente a aflição do irrigante que tem todo o seu ramo de vida dependendo da água que sobe a serra, mais tem o dever administrativo e humano de olhar pelas pessoas que sofrem com a falta da água para a produção das comunidades depois da Sucurujuba.
José Maurílio Gomes, produtor da cidade de Quixeré, informou que parou o funcionamento de seus motores para não prejudicar aos pequenos produtores que trabalham na agricultura familiar de subsistência rio abaixo, mas afirmou que mesmo ao parar as atividades e ter o prejuízo de não produzir, viu seu esforço pessoal ir por água abaixo uma vez que a barragem da Sucurujuba nega aos agricultores de Botica e comunidades vizinhas, o direito de produzir usando a água que deveria correr livre pelo rio.
Falando a nossa reportagem, o diretor geral da COGERH João Lúcio Farias observou que atualmente os reservatórios cearenses contam com apenas 2,2 bilhões de metros cúbicos de água, ou seja, menos de 12 % da capacidade total que é de 18,017 bilhões de metros cúbicos, que deveram ser usados no abastecimento humano e para matar a sede do rebanho, não esquecendo as atividades comerciais sejam industriais ou agrícolas. 
João Lúcio lembrou que no vale, são pelo menos 11 cidades que precisam da garantia do abastecimento humano, mas na região metropolitana são três milhões e meio de pessoas que também dependem desse abastecimento que sai dos Orós e Castanhão. Quanto a falta de água nos Perímetros Irrigados como Morada Nova, ele ressaltou que o açude Banabuiú está realmente com a reserva pequena, e que devido à energização do perímetro pelo programa Águas do Vale, hoje algumas culturas ainda existem graças as uso das águas subterrâneas.
Já quanto ao barramento do Rio da Sucurujuba em Quixeré, ele frisou que aquela não foi uma ação da COGERH, e que o barramento já existe há muitos anos, funcionando como um ponto de controle do nível das águas para abastecer as cidades de Quixeré e Russas. 
Fonte: Tv Jaguar / Arnaldo Freitas

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