por Vladimir Marques - Repórter do DN
Era 14 de junho e o Ceará enfrentaria o Brasil de Pelotas no Castelão pela 9ª rodada da Série B em um duelo direto por uma vaga no G4. Para aquela partida, o Vovô já tinha perdido o zagueiro Antônio Carlos por um mês após lesão de ligamento do joelho e na véspera também perdera Sandro, com cansaço muscular. E ainda o reserva imediato, Ewerton Páscoa, que também virou desfalque após lesão na coxa.
Com os desfalques, o técnico alvinegro, Sérgio Soares, recorreu a uma dupla que não havia ainda jogado junta: Charles, reserva imediato, e Valdo, que faria sua estreia no time.
A dupla fez uma boa partida na vitória de 3 a 0 contra os gaúchos e engatou uma boa sequência, chegando a sofrer apenas dois gols nas quatro rodadas seguintes e ajudando a manter o Vovô invicto há cinco jogos e no G4. Números bem superiores aos anteriores, nos quais em oito rodadas a equipe já havia sofrido 12 gols.
O zagueiro Valdo, de 24 anos, havia chegado havia poucos dias do Confiança/SE, mas não sentiu a responsabilidade de logo entrar em campo pelo Ceará.
"Eu vinha trabalhando no dia a dia para, quando aparecer a oportunidade, jogar. Infelizmente, os companheiros saíram por lesão e naquele momento os únicos zagueiros que tinham era eu e o Lucas (da base). E o Sérgio me escolheu para jogar com o Charles. Ele me escolheu porque eu estava preparado e pude corresponder bem nos jogos", diz.
Valdo admitiu que ficou ansioso com a chance relâmpago, mas apostou na simplicidade para jogar bem. "Bateu a ansiedade do primeiro jogo, antes de estrear, mas procurei fazer o simples e atuar muito concentrado".
Sobre a parceria com o Charles, ele destacou o diálogo entre eles, envolvidos numa maratona de jogos. "A conversa entre eu e ele prevaleceu muito. A gente tem pouco tempo para trabalhar junto e procuramos orientar o outro para ter o sucesso".
Complementares
O presidente do Ceará, Robinson de Castro, diz acreditar que Charles e Valdo têm estilos que se complementam.
"O perfil do Valdo é antagônico ao do Charles, com os dois se complementando. O Valdo é mais técnico, de sobra, o Charles é mais ousado, mais caçador. Eles formam uma balança boa. O Valdo chegou como interrogação e é difícil tirá-lo do time agora, pelo encaixe que deu".
Em seguida, ele vibra com as boas opções que o clube tem para a defesa. "É o setor que estamos mais bem servidos. Temos cinco zagueiros que podem ser titulares no Ceará. Eles têm qualidade e experiência. O Sandro também pode, sim, estar ali, o Antônio Carlos também, que tem o estilo do Valdo. Sem esquecer o Páscoa, que tem altura e pode jogar de volante. Formamos um bom grupo", finaliza.
SAIBA MAIS
Recuperações
O zagueiro Ewerton Páscoa se recuperou de lesão e está em fase de transição, devendo retornar diante do Tupi, na sexta-feira. Já Antônio Carlos, tinha prazo de seis a oito semanas para voltar e completou a quarta. Ele deve ficar à disposição para o jogo da 18ª rodada, contra o Paraná, no dia 30
Suplentes
Com Charles e Valdo titulares, as opções para o banco de reservas do Ceará no momento são Sandro e o jovem Lucas, este vindo das categorias de base. O primeiro, mesmo livre de desconforto muscular que sentia, vem ficando na reserva
Não saem
Os minutos jogados pela Série B do Brasileiro contribuiram para Charles e Valdo ganharem entrosamento. Nos primeiros cinco jogos da dupla, ambos atuaram por 90 minutos, ou seja, não foram substituídos nenhuma vez, com o Alvinegro permanecendo invicto nesse período
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