SERTANEJO PEDE SOCORRO COM A MAIOR SECA DA HISTÓRIA
No Sertão do Ceará, com cinco anos de seca, muitas famílias convivem com o fantasma da fome. Desamparados pelos Governos e a mercê da chuva que insiste em não vir, centenas de milhares de sertanejos vivem sob a ameaça de não ter o que comer no dia seguinte. Vários são os sertanejos que nesse exato momento estão experimentando a mordida da fome em pleno semiárido.
A situação na área de seca no Nordeste é tenebrosa. A fome está apenas começando em alguns Municípios mais castigados. Mas deve piorar. Não há sinal de chuva.
A assistência emergencial, que deveria ser montada pelas autoridades, especialmente de Brasília, ficou para o Lava Jato. Ninguém escapou das delações, da mesma forma que ninguém nem gente e nem animal escapou da pior seca dos últimos 50 anos.
Sertão afora muitos ainda comem regularmente, mas comem pouco, muito menos do que gostariam ou, mais grave, do que necessitam para se manter medianamente nutridos.
Difícil de calcular é o sofrimento do sertanejo. A seca, a estiagem, a maldita, sempre traz outro horror. Pode-se chama-lo de grande apetite de comer, urgência de alimento, ou simplesmente de fome. Com tanta roubalheira no país, é a fome que dar as cartas e estar começando a torturar a barriga de milhares de vítimas da seca.
Com o fantasma da miséria e da fome rondando o Nordeste e boa parte dos Sertões de Canindé, só nos resta uma esperança; de um inverno promissor em 2017 para saciar a sede e a fome de tantas pessoas que nunca imaginaram que um dia iriam passar por tamanha humilhação de depender de políticos ladrões que esqueceram o povo e focaram seus interesses no dinheiro do povo brasileiro. Que diga o juiz Sérgio Moro que está mandando para cadeia, as caras lisas da política.
A dureza da seca pode às vezes dar a impressão de que a tragédia está em toda a parte. Mas é falso imaginar que o todo o Nordeste passa fome. Na área atingida pela eca, equivalente a três vezes o tamanho de São Paulo, vivem 18 milhões de habitantes. Desse total, 10 milhões moram na zona rural, a área onde o problema realmente acontece.
Os habitantes das cidades não dependem de roçados para fazer duas refeições ao dia. Estima-se que desse total de 10 milhões, haja perto de 1 milhão de brasileiros indefesos em épocas de secas mais forte como esta,. Não quer dizer que estejam morrendo de fome.
Não há, no Nordeste, aquelas pessoas esquálidas das fomes históricas, que aparecem nas fotos com uma camada fina de pele enrugada sobre o esqueleto de ossos totalmente visível. Mas os Nordestinos da seca já estão começando a experimentar a sensação de estômago vazio dia após dia, noite após noite. Essa sensação já começa a incomodar.
É como dizia o padre Francisco de Assis da Comunidade católica de São Francisco do Piauí: ‘’Casa sem água e luz não caí, computador parado não explode, mas gente e bicho com sede e fome morrem.
‘’É Lula disse que é inacreditável e inaceitável que o Governo se deixe surpreender mais uma vez pela seca no Nordeste. O fenômeno já está suficientemente estudado e é perfeitamente previsível, mas a cada seca ele se deixa surpreender’’. Imagino que a causa seja uma só: os ricos ganham dinheiro explorando a indústria da seca, que interessa a eles. Só os pobres sofrem. Filho de rico nunca morre na seca e nunca ouvi dizer de um rico imigrando por falta de chuvas.
A frase do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, agora investigado pela Operação Lava Jato ainda ecoa Sertão afora e nada foi feito. Depois que você ler essa Reportagem cerca de 30 mil pessoas estão passando fome; comem uma única vez dia sim, dia não. Essa é a realidade de um País de ladrões de barriga cheia e honestos famintos. Isso é uma questão de consciência.
Fotos e Texto de Antônio Carlos Alves
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