APESAR DAS CHUVAS Reservatórios no Sertão Central continuam secos

FONTE DN/ por Alex Pimentel - Colaborador

O Açude Sousa, responsável pelo abastecimento de Canindé, continua seco ( Foto: Alex Pimentel )

Canindé. Embora as chuvas de janeiro já tenham alcançado o dobro da média histórica no Ceará, trazendo alegria principalmente para o sertanejo, o quadro hídrico dos reservatórios públicos do Centro do Estado continua crítico. Os açudes Sousa e São Mateus, em Canindé, ainda estão secos. Não é diferente em Quixeramobim, onde a barragem da cidade e o Açude Fogareiro ainda não acumularam água neste ano. No Vieirão, em Boa Viagem, outra cidade abastecida nos últimos meses com água de poços profundos e carros-pipa, a situação não é diferente.

Apesar do quadro ainda caótico na bacia do Curu, onde estão o Sousa e o São Mateus, e a maioria dos açudes continua com volume inferior aos 5%, o clima já é de festa na região. Os agricultores saem a campo, aram e plantam nos seus roçados, principalmente em Canindé, onde as chuvas dos últimos dias, além de molharem a terra ainda encheram alguns barreiros. "Será um alívio, pelo menos nos próximos meses, para abastecer os moradores de algumas localidades e matar a sede dos animais", comenta o agricultor Francisco Cipriano da Silva. Ele mora na localidade de Barro Branco.

A bacia do Banabuiú, mais ao Centro do Estado, ainda apresenta a situação mais crítica, com cinco açudes sem água. Apenas Curral Velho, em Morada Nova, e o Pedras Brancas, em Quixadá, estão com mais de 60% dos seus volumes. Mesmo assim, observado o aporte hídrico atual, de 88,82hm³, está bem acima dos níveis da bacia do Salgado (60,05hm³), da Serra da Ibiapaba (21,58hm³), dos Sertões de Crateús (19,40hm³) e do Baixo Jaguaribe (0,06hm³).

Aportes

O último boletim da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) aponta volume de 2,25 bilhões de m³, distribuídos nos 153 açudes monitorados pela Companhia. Foram registrados aportes em 69 deles, destacando-se o Angicos, Aracoiaba, Araras, Arneiroz II, Ayres de Sousa, Banabuiú, Castanhão, Caxitoré, Edson Queiroz, Figueiredo, Frios, Jaburu I, Orós, Pedras Brancas, Pentecoste e Taquara. Os açudes Colina, Patos, Realejo e Santo Antônio de Aracatiaçu deixaram o volume morto. O Parambu, São Domingos II, São José III, Tijuquinha e Trici não estão mais secos. Neste ano já foi registrado um aporte de 78,7 milhões de m³, destaca o relatório.

Conforme avaliação feita pela Cogerh, o nível dos reservatórios do Estado encontra-se estável. Essa foi a conclusão tomada na última reunião do Comitê de Monitoramento da Situação do Semiárido Cearense. Atualmente, a média geral de volume d'água nos 153 reservatórios monitorados pela Cogerh se mantém em 12,7%. Um alívio para este começo de ano, considerando-se que três açudes, o Caldeirões, em Saboeiro; o Trici, em Tauá; e o Colina, em Quiterianópolis, já atingiram suas cotas máximas e sangraram.

Entretanto, há atenção especial à situação de vários municípios onde a estiagem ainda se estende. São os casos de Quixeramobim, Salitre e Ibicuitinga, entre outros. "Em Parambu, por exemplo, a chuva está ajudando bastante, mas, mesmo assim, até o fim da próxima semana, o governo do Estado pretende entregar mais 13 chafarizes equipados à Prefeitura", explicou o secretário-chefe de gabinete, Élcio Batista, no último encontro do Comitê da Seca. É ele quem coordena as reuniões, todas as sextas-feiras no Palácio da Abolição.

Mais informações:

Cogerh- (85)3218-7020