Ceará registra aumento de 296% de mortes por causas violentas de jovens entre 15 a 19 anos


A violência urbana é a principal causa de mortes de jovens cearenses, do sexo masculino, entre 15 a 19 anos de idade, de acordo com as informações do Registro Civil 2014, divulgadas nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Instituto, no ano passado, foram registradas 914 óbitos nessa faixa etária no Estado. Desse total, 459 ocorreram em Fortaleza. 

Em 2004, 10 anos antes, os números respectivos: 233 (Ceará) e 79, na Capital. Um pulo de 296% no período. Fortaleza registra um salto de 481%.
O dado coloca o Ceará em terceiro lugar no Brasil em incidência. Em primeiro lugar está Alagoas, com taxa de 332,6 por 100 mil e Rio Grande do Norte, com 268,2. Em números absolutos, o Estado está em quinto, com 1.065 mortes. São Paulo está em primeiro, seguido por Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No recorte dos 20 aos 24 anos de idade, o Ceará está em terceiro lugar na incidência por esse tipo morte. A cada grupo de 100 mil habitantes masculinos, 264,8 morreram por causas violentas. Em 2004, a incidência era de 96,1 para cada 100 mil. Um aumento na taxa de incidência de 175,5% em uma década.
O IBGE ainda traz dados sobre o aumento da variação por óbitos violentos no grupo de 15 aos 24 anos de idade entre a população masculina. De acordo com as informações, o Ceará registrou maior percentual de aumento, com 224,4% no período de 10 anos. Piauí está em segundo, com 207,1%; Alagoas, com 181,3%; Maranhão, com 158% e Rio Grande do Norte, com 148,6% ocupam as primeiras posições da tabela. 
 Em relação ao Brasil, aponta o IBGE, Em 2014, as causas violentas -sobretudo acidentes de trânsito e assassinatos- tiraram a vida de 179 de cada 100 mil pessoas de 20 a 24 anos no país. Em 2004, essa taxa estava em 170, segundo os dados da pesquisa.
Foram 15.454 mortes violentas de jovens registradas no ano passado. Além dos acidentes de trânsito e assassinatos, essas causas externas incluem casos de afogamento, suicídios e quedas acidentais, por exemplo.
Alagoas foi o Estado mais cruel com seus jovens. A proporção de mortes violentas foi de 332 por 100 mil pessoas de 20 a 24 anos, a maior do país. Há uma década, era de 130 por 100 mil pessoas nessa faixa etária.
O Rio Grande do Norte foi o segundo mais violento, com 268 mortes por 100 mil, segundo a pesquisa. Em 2004, a taxa era menos da metade da atual, de 113,5 mortes. Na Bahia, cresceu de 98,4 para 242,2 por 100 mil.