00:00 · 23.10.2015 por Lêda Gonçalves - Repórter
A notícia não é nada animadora: vem aí mais um aumento nas despesas mensais do cearense. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce) confirma que autorizou reajuste nas tarifas dos serviços da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e cobrança de multa como medida para coibir o desperdício. Os novos valores, assim como a explicação de como será a aplicação da penalidade, são os principais assuntos da entrevista coletiva que acontece às 11h de hoje, na sede a Agência.
A Arce adianta que a média mensal de consumo do usuário será levada em conta e, por isso, deve estabelecer percentuais para quem utiliza acima desse critério. Representantes da Cagece estarão presentes e já adiantaram que só vão se pronunciar após evento com o presidente do conselho diretor da Arce, Adriano Costa, e o coordenador econômico-tarifário, Mário Monteiro.
Desde maio, como tradicionalmente acontece anualmente, o reajuste é esperado, fato que não ocorreu até agora. Segundo especialistas, esse percentual deve ficar acima dos 10%, como o Diário do Nordeste, em sua edição do dia 12 de junho, adiantou. Mário Monteiro comentou essa possibilidade. Na época, ele esclareceu que o valor cobrado pela Cagece tem como base alguns indicadores, como o aumento do preço da água bruta, em 18,5%, ocorrido no início do ano. A energia também tem impacto na tarifa da água. Em 2014, o reajuste foi de 7,5%.
A expectativa de mais um ano de seca e a situação dos reservatório monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), cujo nível atual de 14,8% é o pior em 21 anos, são fatores de pressão para a necessidade cada vez maior fechar as torneiras. No Interior, a questão da água é dramática. Tanto que moradores de Jaguaribara, distante 170 Km de Fortaleza, promoveram uma manifestação e tentaram bloquear a válvula do açude Castanhão que abastece a Capital e sua Região Metropolitana. Policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam) tiveram que intervir.
O consumo de água, principalmente em Fortaleza, é considerado ainda alto, apesar de nos primeiros nove meses do ano, a Cagece ter registrado uma diminuição da 3,6%, passando de 83 milhões de metros cúbicos, entre janeiro e setembro de 2014, para 80 milhões no mesmo período de 2015. No Estado, esse percentual foi de 3,1%.
Prejuízo
A perda operacional de água da Companhia gira em torno de 26% no Estado, conforme o Índice de Água Não Faturada (Ianf). Considerando apenas a Capital, o Inaf é de 32%. Essa perda é relacionada a ligações clandestinas, vazamento, hidrantes defeituosos, entre outros problemas.
Diante da estiagem, a orientação é economizar e o estabelecimento de multa se torna agora uma realidade.