Servidores de Quixadá sem poder comprar no comércio
Quixadá. Mais de mil servidores da Prefeitura de Quixadá estão impedidos de realizarem compras a prazo no comércio. A denúncia é feita pela presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Quixadá e Região (Sindsep), Neiva Esteves. O problema surgiu porque a administração municipal deixou de pagar aos bancos os empréstimos consignados feitos pelos funcionários. O desconto foi feito na folha, mas o Banco do Brasil, o Banco Panamericano e nem a Caixa Econômica Federal (CEF) estão recebendo os pagamentos.
Efeitos
Segundo a líder classista, o problema surgiu há cerca de dois meses, mas somente agora os servidores estão sentindo os efeitos, principalmente quem optou por buscar o empréstimo na CEF. A instituição bancária está enviando cartas de cobrança e incluindo os inadimplentes na lista de mau pagadores, na Serasa e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Alguns tiveram inclusive o crédito bloqueado no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Outros estão sendo constrangidos quando vão às lojas realizar compras a prazo.
"A situação está tão grave que os servidores não estão podendo nem tratar dos dentes. Quem optou por fazer o convênio com uma empresa de atendimento odontológico, através da Prefeitura, mesmo tendo o valor da mensalidade cobrado na folha de pagamento, está sendo obrigado a voltar para casa.
Polícia
Por esses motivos vamos registrar um Boletim de Ocorrência coletivo na delegacia e também estamos programando para a próxima segunda-feira, 10, uma manifestação publica na cidade. Pretendemos chamar a atenção das autoridades. Alguns servidores já estão até entrando em depressão", ressaltou.
Os servidores reclamam também da falta de um calendário de pagamento dos seus salários. Para piorar a situação, as mudanças das datas são constantes. A situação é pior para quem não trabalha na Secretaria de Educação ou de Saúde.
Elas contam com recursos exclusivos do Governo Federal, mas o restante, como os funcionários da Agricultura, de Urbanismo, Esportes, Cultura, Biblioteca, Museu e até a de Finanças dependem do Fundo Geral do Município. Nos últimos meses, está sendo uma verdadeira queda de braço para ver quem recebe primeiro, acrescenta a sindicalista.
A Prefeitura de Quixadá reconhece e assume as dívidas junto aos bancos e a empresa de serviços odontológicos. O prefeito João Hudson Bezerra informou que todos os secretários já foram convocados e, até a próxima semana, pretende regularizar a situação dos servidores e evitar mais transtornos e constrangimentos.
Os secretários de Finanças e de Administração iniciaram as negociações com o Banco do Brasil, onde a dívida é de aproximadamente R$ 800 mil e Banco Panamericano. Quanto à CEF, será reformulado o contrato. Nele ficará estabelecido que a dívida não é dos servidores, e sim da Prefeitura.
A gestão municipal atribui o atraso nos pagamentos à crise financeira enfrentada no País, a qual não é exceção em nenhuma das esferas governamentais. No Município, um decreto já foi baixado pelo prefeito, proibindo qualquer gasto adicional até o dia 31 de dezembro.
Redução
Outras providências, como a redução do número de servidores, estão sendo adotadas pela Prefeitura. À medida que os recursos financeiros vão chegando, a prioridade são os servidores, mas enquanto as pastas de Saúde e da Educação contam com recursos próprios, a maioria depende realmente dos fundos financeiros do Município.
Apesar das dificuldades enfrentadas nesse instante, ninguém levará calote, assegurou o secretário municipal de Finanças do Município, Raimundo Nonato da Silva.
Mais informações:
Sindsep de Quixadá
Rua Benjamim Constant, 1007 - Alto São Francisco : (88) 3412-2111
Prefeitura de Quixadá:
(88) 3412-6202
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Alex Pimentel
Colaborador
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