Patrulha do Comando Tático Motorizado (Cotam) perseguiu e prendeu os dois suspeitos do homicídio
Dois homens foram presos suspeitos de assassinar a tiros um desafeto na Rua Coelho Neto, no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza. O planejamento do crime foi feito pelo aplicativo para celular WhatsApp e a conversa, que ficou registrada no smartphone encontrado com um dos suspeitos, acabou ajudando a Polícia a efetuar a prisão, na última quinta-feira (23).
Segundo informações do comandante do Comando Tático Motorizado (Cotam), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), capitão PM Gerlúcio Vieira, o homem que efetuou os disparos estaria em uma motocicleta e seu comparsa deu apoio em um carro, modelo Chevrolet Corsa, de cor branca. Após o crime, a dupla fugiu.
Policiais militares do Cotam foram ao local logo em seguida e, com o auxílio de informações repassadas por moradores do bairro, saíram em buscas aos suspeitos. Houve perseguição e o homem que estava na moto colidiu o veículo. Após o acidente, ele entrou no carro do comparsa e fugiu.
A Polícia conseguiu localizar o Chevrolet Corsa utilizado na fuga estacionado próximo a um posto de combustível na Avenida Francisco Sá. Os homens foram abordados e o interior do automóvel foi vistoriado.
No celular de um dos suspeitos a Polícia encontrou os registros das mensagens enviadas pelos criminosos através do aplicativo WhatsApp. A dupla, identificada como Leandro Sousa Silva Rocha e Lucas Lopes Vieira Silva, combinou pelo celular o assassinato de Wellington de Sousa Morais Júnior.
Um dos autores do crime diz que chegou a hora do desafeto morrer. "Estamos agilizando pra derrubar (matar) um 'pilantra' (sic) aqui, o Júnior. Tudo indica que hoje é o dia dele", disse um dos suspeitos em áudio enviado ao comparsa, acrescentando que precisaria de um veículo para ajudar na ação criminosa.
"Meu carro é conhecido homem, nós vamos sentar o dedo (cometer o crime) na rua de casa mesmo. Vamos ficar na atividade que assim que a moto do 'Gordão' sair daqui, que tá bobando (andando) todo dia por aqui, aí tu fica nela e nós pega (sic) a tua pra gente fazer o 'B.O' lá (homicídio). Vamos tacar (sic) fita na placa e sentar o dedo (atirar) (sic)", relatou o suspeito, explicando como seria cometido por ele o assassinato.
Logo depois do crime, ele envia uma mensagem para um outro homem, identificado apenas como 'PH', comemorando que havia dado certo a execução. "Ei meu patrão foi sal (sic), o pilantra lá foi pra vala (sic)".
A arma do crime não foi encontrada com os suspeitos, mas, com o auxílio das mensagens, a Polícia efetuou a prisão em flagrante. Os homens foram conduzidos ao 7º DP, no bairro Pirambu, onde foram autuados por homicídio. A Polícia segue investigando o caso, na tentativa de prender outros envolvidos no crime, mas até esta publicação, nenhum outro homem havia sido detido e a arma também ainda não foi localizada.
O aplicativo WhatsApp vem sendo utilizado como canal de comunicação entre os criminosos. O Diário do Nordeste publicou, na edição do dia 15 deste mês, matéria sobre um homicídio ordenado por um detento, de dentro do presídio, com o uso do aplicativo para celular.
Francisco Erinardo de Sousa estava preso na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) II, mas mesmo assim ele possuía um smartphone e trocava mensagens frequentemente com seu comparsa Filippe Vasconcelos Viana, de 25 anos. Filippe também estivera preso, há um mês.
Em uma das conversas, Francisco Erinardo orienta Filippe a executar dois desafetos na Comunidade dos Trilhos, no bairro Papicu. Um dos alvos foi morto e uma outra pessoa ficou ferida. O segundo alvo indicado pelo mandante não estava no local. Após o crime, Felippe acabou preso por policiais civis do 15º DP (Cidade 2000). Erinardo foi identificado pelas mensagens.
A reportagem teve acesso às conversas entre o detento e o comparsa. Através de áudios enviados pelo WhatsApp, o presidiário manda as informações para Filippe Vasconcelos sobre quem eram os rivais. Além das gravações de voz, o presidiário enviou fotografias dos dois desafetos e foi enfático ao exigir que apenas eles fossem alvejados.
"O 'Gordão' vai dar pra nós (sic) as ideia tudo (sic) bem 'direitim', blusa, bermuda, para nós não matar(sic) ninguém errado. Vamos matar eles dois que tem a foto aí", avisou.
Apreensões
Após o caso, a Secretaria da Justiça (Sejus) informou que realizou vistoria no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II). Na ação, foram apreendidos 278 celulares; 295 chips e outros objetos. Também foi localizada uma pistola calibre 380 em uma cela. A Sejus também informou que 3.518 celulares já foram encontrados neste ano nas unidades prisionais da Grande Fortaleza.
(Colaborou Valdir Almeida)
FONTE # DN
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