COPA AMÉRICA 2015: Jogos vorazes



Começa hoje a 44ª edição do torneio de seleções mais antigo do mundo, numa disputa repleta de estrelas emergentes que promete ser uma das mais equilibradas dos últimos tempos

Sem um grande favorito, a corrida da Copa América 2015, que terá a largada dada nesta quinta-feira em arena chilena, promete uma disputa feroz e acirrada entre os candidatos que almejam a sobrevivência e a conquista do topo do continente.
A cena que se desenha para a 44ª edição da competição traz uma nova ordem no futebol sul-americano. Atual e maior campeão da história da Copa América, o Uruguai aparece um passo atrás dos outros velocistas, perdido no passado, iniciando um período de renovação e desfalcado da "mordida" e dos gols de Luís Suárez, suspenso desde a Copa do Mundo do ano passado.
Do time que conquistou o 15º título na Argentina em 2011, 11 jogadores foram convocados de novo por Óscar Tabárez, que segue inoxidável na beira do campo. Autor de dois gols naquela final contra o Paraguai, Diego Forlán, agora aos 36 anos e sem clube, não é um deles, o que sobrecarrega a responsabilidade sobre os ombros de Edison Cavani, a única referência ofensiva do time celeste.
Segundo e terceiro maiores vencedores na história, Argentina e Brasil querem agarrar o troféu e a chance de apagarem as frustrações de 2014 para começarem a escrever uma nova história.
Renovada no comando e dentro de campo, a "Amarelinha" disputará o primeiro torneio oficial após o vexame da goleada sofrida por 7 a 1 para a Alemanha no Mundial dentro de casa. A favor do maior campeão da Copa América na era moderna (5 conquistas em 14 campeonatos realizados desde 1975) está a fase excelente e contagiante de Neymar, além do entrosamento aperfeiçoado desde a volta de Dunga, o que resultou em 100% de aproveitamento da equipe. Contra, estão as perdas de duas peças importantes no encaixe do meio campo, Luís Gustavo e Oscar, lesionados.
Do outro lado da maior rivalidade das Américas está a seleção mais credenciada, o que não significa que tem favoritismo total. A base que chegou à final da Copa no Brasil será a mesma que pisará em vulcânicas terras chilenas em busca do ouro, o que poderia, enfim, premiar uma geração promissora e talentosa que não ganhou títulos com a equipe principal. Quem puxa a fila é nada mais nada menos que Lionel Messi, seguido de Javier Mascherano, Ángel Di María e Sergio Agüero. A constelação de "hermanos" ainda recebeu o reforço de Carlos Tevez.
"A Argentina é uma equipe poderosíssima, para mim, a que tem maior potencial entre todas que estão aí, pelos grandes jogadores que possui e por suas grandes experiências. Foi finalista da Copa do Mundo e tem Messi", declarou o técnico uruguaio Tabárez.
Emergentes
O palco está armado. Dentro de casa e ao lado da sua torcida, dispondo do seu elenco mais qualificado da história, o Chile quer fazer a festa e levantar a taça pela primeira vez - a premiação, caso conquiste o título, será de US$ 8,5 milhões. Arturo Vidal e Alexis Sánchez são os pilares da "Roja", que encantou pelo jogo veloz e dinâmico no Mundial de 2014 e encheu os comandados de Jorge Sampaoli de coragem para bater de frente com Argentina e Brasil.
A Colômbia carrega moral semelhante. A surpresa da Copa de 2014 quer virar realidade em 2015. Nos clubes, James Rodríguez, Juan Cuadrado, Falcao García e Carlos Bacca já conseguiram seu lugar ao Sol. Juntos, querem impulsionar os "Cafeteros" na caçada ao seu segundo título da competição continental.
Bicampeões na história, Paraguai e Peru ameaçam o primeiro escalão a uma certa distância. A ambição de chegar aos jogos eliminatórios e, quem sabe, surpreender pode ser atrapalhada por grupos difíceis. A seleção de Roque Santa Cruz enfrentará Argentina e Uruguai no Grupo B, enquanto Paolo Guerrero & Cia terão pela frente Brasil e Colômbia no Grupo C. Jamaica e Venezuela não devem se infiltrar nessa disputa.
Tarefa mais fácil deve ter o Equador, de Enner Valencia, no Grupo A, com o principal candidato Chile e postulantes a coadjuvantes, Bolívia e México.

(Colaborou Messias Borges)