Apagão atinge Fortaleza e causa transtornos no trânsito

Quase todos os 700 semáforos foram afetados; parte da região metropolitana também teve blecaute

Na Avenida Aguanambi, o congestionamento maior foi enfrentado por quem trafegava no sentido praia-sertão
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Os próprios moradores orientaram o trânsito em cruzamentos como o da Avenida Padre Antônio Tomás e Virgílio Távora
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A Rua Pedro I, no Centro, foi uma das mais problemáticas. Mesmo após o restabelecimento da energia, o trânsito continuou complicado
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Capital e parte da região metropolitana se depararam, mais uma vez, com um apagão no fim da tarde de ontem, prejudicando o retorno do trabalho para casa. A queda de energia durou cerca de 50 minutos, e o trânsito, que costumeiramente é complicado no horário de pico, travou em várias ruas e avenidas, em virtude dos semáforos apagados. Foi o segundo blecaute do ano no Ceará. O último aconteceu no dia 7 de março.
Quase toda a rede semafórica de Fortaleza, composta por 700 equipamentos, foi afetada. Ontem, quem tentava passar pela Avenida Heráclito Graça com Rui Barbosa, por exemplo, encontrou grandes dificuldades. Veículos ficaram presos no meio do cruzamento, gerando buzinaço. Alguns estabelecimentos funcionaram à luz de velas.
Lentidão, também, na Rua Eduardo Girão, especialmente nos cruzamentos. Em apenas um deles havia agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), por volta de 17h30, controlando o fluxo. Nas avenidas 13 de Maio e Pontes Vieira, o problema se repetiu, e o tráfego no viaduto que liga as duas vias ficou parado por vários minutos.
Já na Avenida Aguanambi, o problema ocorreu para quem trafegava no sentido praia-sertão, gerando um grande congestionamento. Na BR-166, dezenas de pessoas tiveram de aguardar na escuridão a chegada do ônibus.
Postos de gasolina, padarias, restaurantes e residências ficaram totalmente às escuras. A única iluminação vinha dos carros. Na Rua Monsenhor Salazar, o dono de uma mercearia também improvisou com velas a iluminação no empreendimento.
No Centro, os maiores entraves foram registrados na Rua Pedro I e Avenida Imperador. O bairro foi um dos primeiros a ter a energia restabelecida, mas mesmo com os semáforos normalizados, o trânsito permaneceu parado em várias vias, como a Avenida Duque de Caxias, no sentido oeste-leste.
Voluntários
Diante do caos, voluntários foram às ruas orientar o tráfego. No cruzamento das avenidas Dom Luís e Virgílio Távora, quatro frentistas organizavam o fluxo de veículos. Na Avenida Padre Antônio Tomás com Virgílio Távora, dois homens orientavam o trânsito.
Conforme a AMC, com o restabelecimento da energia, os semáforos voltaram a funcionar aos poucos. A previsão era que a situação se normalizasse até a meia-noite. Agentes de trânsito atuaram nos pontos mais críticos, com maior volume de tráfego, visando a garantir a segurança de condutores e pedestres.


A Companhia Energética do Ceará (Coelce) informou, por meio de nota, que o apagão foi ocasionado por uma falha na subestação Fortaleza II, de responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), mas que o fornecimento de energia foi restabelecido de forma gradual para todos os clientes, tendo sido completamente normalizado ainda na noite de ontem.
A Chesf, por sua vez, explicou que o problema teve origem na subestação Fortaleza II, no bairro José Walter, uma das principais da região metropolitana. Segundo a Companhia, a interrupção teve início às 17h08, sendo resolvida às 17h57, quando se deu início o restabelecimento das cargas.
Conforme o Operador Nacional do Sistema (ONS), a falha foi registrada nas linhas que abastecem Fortaleza, mas as causas ainda seguem em investigação. A falta de energia foi registrada em municípios como Maracanaú, Horizonte e bairros de todas as Regionais de Fortaleza.
A reportagem tentou levantar a quantidade de municípios da Região Metropolitana atingidos, mas a assessoria de imprensa da Coelce disse não ter essa informação.
Renato Bezerra/ Luana Lima
Repórteres