No último dia de negociações do semestre, o dólar registrou um aumento significativo, fechando o dia em R$ 5,59, o que representa a maior cotação desde janeiro de 2022. Ao longo deste ano, a moeda norte-americana valorizou-se em 15,14%, marcando o maior avanço em relação ao real desde o primeiro semestre de 2020, quando subiu 35,51%.
Esse desempenho do dólar no primeiro semestre destaca-se quando comparado a outras moedas de países emergentes. Além disso, na Bolsa de Valores, o Ibovespa, principal indicador do mercado, encerrou o semestre com uma queda nominal de 7,66%, revertendo o ganho de 7,61% do mesmo período do ano anterior. Esta perda só é superada pela baixa de 17,8% no primeiro semestre de 2020, durante o pico da crise sanitária global.
O mercado enfrentou pressões externas, tais como incertezas sobre cortes de juros nos EUA e dúvidas sobre a situação fiscal no Brasil. O dia foi marcado por novas declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou a política monetária atual e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em entrevista à Rádio O Tempo FM, Lula questionou a taxa Selic de 10,5%, considerando-a "irreal para uma inflação de 4%", e sugeriu que Campos Neto não está agindo de maneira adequada. Essas declarações foram interpretadas pelo mercado como um sinal de potencial aumento da interferência do governo no Banco Central após a saída do presidente atual, prevista para dezembro deste ano.
Lula também comentou sobre a valorização do dólar, atribuindo-a à "especulação com derivativos" para enfraquecer o real, o que gerou reações mistas entre os analistas econômicos. O economista Alexandre Schwartsman apontou que o discurso de Lula pode ter influenciado negativamente o mercado, sem que houvesse justificativas externas claras para o movimento do dólar no dia.
Diante desses eventos, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou a atenção da instituição para o câmbio elevado, ressaltando os possíveis impactos econômicos. Ele enfatizou a importância de um debate menos imediatista e mais aberto a diferentes perspectivas.
Essas análises são baseadas em informações do jornal O Estado de S. Paulo, refletindo a volatilidade e as tensões presentes nos mercados financeiros globais e domésticos. Para mais informações sobre economia e finanças, visite também o Jornal Vale em Destaque.