Nos primeiros seis meses de governo do presidente Lula, suas contas nas redes sociais tiveram uma queda significativa de 56% nas interações em relação ao semestre anterior (julho a dezembro de 2022). Essa queda no engajamento foi analisada pela empresa de análise de dados Bites, a pedido do Poder360.
O estudo revelou uma redução de 36% nas interações por postagem no Twitter, Facebook e Instagram. Além disso, o número de postagens diminuiu de 5.222 no segundo semestre de 2022 para 3.525 em 2023.
2. A queda de Lula nas interações nas redes sociais
A queda nas interações de Lula nas redes sociais pode ser parcialmente atribuída à falta de engajamento do público digital, que diminuiu após a eleição do presidente. A ausência de uma estratégia de comunicação estruturada da secretaria de comunicação do governo federal reflete a atuação do presidente no meio digital, segundo Manoel Fernandes, diretor do Bites.
3. Comparação com a atuação de Bolsonaro
Ao contrário de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro testemunhou um aumento em seus números durante o período correspondente a seu governo. Em seu primeiro semestre no cargo, Bolsonaro experimentou um aumento de 23% nas interações, com um número total de postagens também maior.
4. Bolsonaristas x Oposição no Espaço Digital
A discrepância no desempenho das mídias sociais entre Lula e Bolsonaro pode ser atribuída ao comportamento de seus respectivos apoiadores. Os bolsonaristas, conhecidos por sua presença online ativa, têm se mostrado mais engajados em comparação com a oposição, que só se intensificou nas fases finais da campanha de 2022. O profundo conhecimento dos bolsonaristas sobre a comunicação digital impulsionou seu ativismo online, ao contrário da oposição que ainda não passou por uma transformação digital semelhante.
5. A queda de Lula nas plataformas de mídia social
A queda nas interações de Lula foi observada em todas as plataformas de mídia social, com a maior queda ocorrendo no Facebook, onde as interações caíram 73%. Vamos ver mais de perto os números comparativos das interações de Lula em cada plataforma:
- Facebook: 48.902.336 para 12.592.017 (-73%)
- Twitter: 76.967.573 para 27.649.993 (-63%)
- Instagram: 254.230.527 para 126.065.455 (-49%)
6. O crescimento de Bolsonaro nas plataformas de mídia social
Durante o primeiro semestre da presidência de Bolsonaro, ele experimentou uma queda nas interações apenas no Facebook, com queda de 12%. No entanto, ele teve crescimento em outras plataformas, principalmente no Instagram, com um aumento de 39% nas interações em relação ao semestre anterior. A seguir, os números comparativos das interações de Bolsonaro em cada plataforma:
- Facebook: 97.362.419 a 85.282.913 (12,1%)
- Twitter: 39.505.009 para 50.484.123 (28,0%)
- Instagram: 197.688.155 a 276.208.480 (39%)
7. O dia da posse: interações mais altas
O dia da posse presidencial rendeu o maior número de interações tanto para Lula quanto para Bolsonaro. Em 2023, Lula alcançou 16 milhões de interações, enquanto Bolsonaro, em 2019, chegou a 9,6 milhões. Mas é importante notar que Bolsonaro conseguiu isso com apenas 16 cargos, seis vezes menos do que os 102 de Lula. Assim, as interações de Bolsonaro por postagem foram proporcionalmente maiores.
8. "Conversa com o presidente" de Lula
Para aumentar sua presença nas redes sociais, o presidente Lula passou a realizar sessões semanais ao vivo em seu canal oficial no YouTube, chamado "Conversa com o presidente". Esta entrevista em estilo podcast, apresentada pelo jornalista Marcos Uchôa, que deixou a Globo em 2021, visa ajudar Lula a entender o "novo mundo da comunicação". O primeiro episódio, exibido em 13 de junho, obteve aproximadamente 6.000 visualizações simultâneas no YouTube e 167.000 visualizações no Facebook até a publicação deste artigo.
9. Conclusão
As interações nas redes sociais do presidente Lula tiveram uma queda significativa de 56% no primeiro semestre de seu governo, atribuída à falta de engajamento do público digital e à ausência de uma estratégia de comunicação estruturada. Em comparação, o ex-presidente Bolsonaro testemunhou um crescimento nas interações durante o período correspondente à sua presidência. É evidente que os bolsonaristas, com suas proezas digitais, têm sido mais ativos online, enquanto a oposição ainda não passou por uma transformação digital.