A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) participou, na manhã desta quinta-feira (16), na sede da Federação das Industrias do Estado do Ceará (FIEC), de uma reunião que tratou sobre a revitalização da cultura do algodão no Estado do Ceará e sobre o Projeto “Ouro Branco”.
Na ocasião estiveram presentes o Diretor Técnico da Ematerce, Itamar Lemos, o servidor da Ematerce, Valdir José Silva, Marcos Assunção, representando a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Sebastião Cavalcante, representando a Universidade Federal do Cariri, Airtion Carneiro (Aprece), José Bessa (FIEC), Daniel Borges (Nova Agro), Eduardo Brigel (SEDET), José Maria ((Aprece), Marcos Montenegro (SIND ALGODÃO), Amilton Silveira (Faec) e José Antunes (SIND laticínios).
Projeto Ouro Branco
Ao longo dos anos o Ceará se consagrou como um dos maiores produtores de algodão do Brasil devido a investimentos em tecnologia e manejo e de parcerias com a Ematerce, Embrapa, Secretaria do Desenvolvimento Econômico e trabalho (Sedet) entre outras instituições ligadas ao setor que culminaram no aumento da produção.
Até a metade da década de 80, o cultivo e produção de algodão herbáceo de sequeiro aqueceu a economia nos interiores do Estado do Ceará, o que resultou na criação de milhares postos de emprego e renda no campo. Todavia, devido ao ataque sofrido pela praga do bicudo e dificuldades no financiamento para dar continuidade com o plantio do algodão resultaram em uma quase extinção desse plantio.
Em 2010, após decorridos 30 anos do ataque à plantação, técnicos e pesquisadores de empresas de pesquisa e extensão, entre elas a Ematerce, implantaram, em municípios cearenses, o Projeto “Ouro Branco” que tem como objetivo a revitalização e potencialização desta importante cultura.
Algodão no Ceará
A fazenda Nova Agro, em Tabuleiro do Norte, está colhendo a sua primeira safra. Foram plantados cerca de 700 hectares em fevereiro deste ano, em área própria, e cerca de 600 com parceria. A colheita ainda nem foi concluída, mas já é possível afirmar que a produtividade será acima da média nacional, próxima a 300 arrobas por hectare. “O motivo foram os importantes investimentos em tecnologia e manejo. A parceria com a Embrapa, que nos ajudou a selecionar as variedades mais adequadas para nossa região, o trabalho no solo, que faz com que ele armazene mais água, e investimentos em irrigação foram fatores que elevaram nossa produtividade”, afirma Daniel Borges, administrador da fazenda.
Além da região da Chapada do Apodi, há áreas de experimentos em Iguatu, Missão Velha, Brejo Santo e Milagres. Segundo IBGE, em 2020, o Ceará plantou 2.919 hectares. Este ano, a expectativa do Estado é que supere a área plantada em mais de 3.234 hectares.
Para o coordenador do Programa, Euvaldo Bringel, mais importante que o aumento de área, é a nova fase que vive a cultura do algodão no Ceará, com aumento da produtividade e profissionalização da cadeia produtiva. “O sucesso do programa do algodão já desencadeou a ampliação da produção de outros grãos, como a soja, o sorgo e o milho, ancorado na ampliação de áreas, abertura de novas fronteiras agrícolas e prospecção de águas subterrâneas para ampliar a irrigação. Vale salientar que naturalmente os empreendimentos que cultivam algodão fazem o rodízio de cultura e viabiliza-se aí nova perspectiva para o agronegócio do leite, frango, suíno, indústria de ração e outras atividades econômicas no Estado que dependem da importação desses insumos”, afirmou.
Confira a preparação para a grande colheita de algodão no Ceará, clique aqui.
Fonte: Governo do Ceará