A empresa cearense Cimento Apodi está investindo em tecnolgia para reduzir a emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera. A ação, que consiste em capturar gases do efeito estufa que são gerados nos fornos das cimenteiras, está sendo implantada na fábrica integrada em Quixeré, distante 212 quilômetros de Fortaleza.
O processo é feito por meio da retenção de materiais expelidos pelos fornos e os destinar para geração de energia em uma turbina instalada no site da empresa, junto à unidade de produção do clínquer, matéria-prima beneficiada do cimento.
A empresa usa a tecnologia “Waste Heat Recovery”, que transforma em energia os gases que seriam lançados na natureza. Com esses gases, a Apodi gera 5 megawatts (MW) médios de energia elétrica, que garantem de 25% a 30% do consumo da cimenteira em Quixeré.
A companhia é, desde 2016, uma joint venture entre a família Dias Branco e o grupo grego Titan. Entrou nesse negócio em 2011, quando a família iniciou no setor com a construção de uma moagem na área do complexo industrial e porto de Pecém.
Segundo Karley Sobreira, diretor de Supply Chain da Apodi, a atuação da empresa se destaca pela ecogeração de energia e pelo processo de Inteligência Artificial, o qual otimiza a utilização de matérias-primas, energia e água nas suas operações, em especial nos dois moinhos de cimento da companhia.
O executivo informa que a cimenteira atua também em coprocessamento de resíduos e biomassas para reduzir a geração de CO2 ao produzir o clínquer. Usa caroço de açaí, casca de castanha de caju, cavaco de madeira, pneu picado e borrachas. “Substitui coque no forno e aumenta a eficiência térmica. Três anos atrás era só 5%. Hoje, está em 20%.”
As adições de materiais na fabricação de cimento nas duas unidades são de escória de alto-forno e filler de calcário em Quixeré e cinzas de termelétricas mais gesso na moagem de Pecém. Sobreira diz que o fator clínquer, medido pela quantia dessa matéria-prima no moinho, fica abaixo de 70% na Apodi.
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Quixeré