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Estudantes são proibidos por facções de frequentar escola no Ceará

Estudantes são proibidos por facções de frequentar escola no Ceará

Estudantes são proibidos por facções de frequentar escola no Ceará

Quase 19 meses após o início da pandemia de Covid-19, em que as escolas precisaram fechar, 94,7% das unidades de ensino médio da rede pública estadual já estão em transição para priorizar atividades presenciais. O retorno à interação em grupos e à proximidade maior com professores e colegas, entretanto, encontra uma outra barreira: os territórios dominados por diferentes facções criminosas.

No caso do Liceu da Messejana, é a avenida Washington Soares que separa grupos e distancia estudantes da escola.

“Com o retorno presencial, durante uma semana, eu consegui ir à escola normalmente, mas depois fiquei com medo e parei de ir. Meus pais já haviam me avisado sobre essa proibição (por parte das facções), de frequentar a escola, mas eu não acreditei muito, sabe? Depois dessa primeira semana, as pessoas dessa facção começaram a parar a gente no caminho e nos mandavam voltar para casa”, conta um estudante do Liceu.

As queixas sobre a ação intimidatória no entorno da escola têm aumentado juntamente com o retorno presencial das aulas. Além das ameaças e o controle de territórios pelos grupos, estudantes temem ser assaltados ou seguidos por criminosos. “O Liceu está situado perto do Gonzaguinha (Hospital Distrital Gonzaga Mota), quando você atravessa a avenida, você já encontra uma facção rival. Os estudantes não podem fazer essa ligação de atravessar a avenida”, diz um outro estudante.

Comunicação entre estudantes

Quando os alunos começaram a sentir falta de alguns colegas, uma rede de cuidado mútuo foi formada para saber quais as justificativas das ausências. “Um amigo estava indo para aula e no caminho perguntaram para onde ele iria. Ele respondeu que ia à escola. Depois da resposta, mandaram ele voltar para casa. Teve outro que foi ainda pior, ele me contou que foi abordado por gente de facção, que disseram que se ele fosse à escola, os caras matariam ele”, contou outro estudante. Por segurança, O POVO não divulga quaisquer informações pessoais dos alunos ouvidos nesta reportagem.

A situação gera não somente medo, mas muita indignação. “Se você for consultar as autoridades, vão dizer que está tudo sob controle. O Liceu fica situado em um local muito perigoso. O entorno é dominado pelo tráfico de drogas. Sobre as facções, por causa dos domínios de territórios, os alunos não podem fazer a passagem do local A para o local B”, informa outro estudante.

Com a transição do remoto para o presencial, alguns alunos ainda tiveram a possibilidade de optar pelo remoto, diante das restrições impostas pelas facções. Vale ressaltar que, conforme a Secretaria da Educação (Seduc), o Estado está em “transição para priorizar atividades presenciais”.

Fonte: O Povo

Luciano Almeida

Olá, sou o Luciano Almeida e é um prazer me apresentar a vocês. Tenho 41 anos e sempre vivi em Quixeré, uma cidade que conheço como a palma da minha mão. Sou um rapaz negro de pele clara, apaixonado por desenho, leitura e fotografia! Foi essa paixão que me inspirou a criar este blog. Aqui, meu objetivo é trazer informações relevantes para o Vale do Jaguaribe, uma região situada no centro-leste do Ceará, e também compartilhar um pouco do dia a dia dos jaguaribanos. Vou abordar temas como educação, saúde, cultura e, especialmente, a importância de sermos reconhecidos como cidadãos, com nossas próprias opiniões e vontades. Quero explorar nossa identidade neste mundo e como nos conectamos a ela. Além disso, pretendo destacar lugares interessantes nas cidades da região. Todos os dias, aqui no Jornal Vale em Destaque, você encontrará novidades fresquinhas para ficar bem informado.

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