A sessão de quinta-feira (5) na Câmara de Icapuí deve entrar para a história do município. A Casa Legislativa foi palco de graves denúncias contra o prefeito Raimundo Lacerda Filho (MDB), feitas pelo próprio vice-prefeito Manoel Jeová da Silva, conhecido como Cadá (PSD), que usou a tribuna para relacionar uma série de práticas de corrupção na atual gestão.
Em um dos casos relacionados, Cadá disse que a empresa responsável pela coleta do lixo é comandada por um “laranja” e serve desviar dinheiro através de contratos fictícios. Segundo ele caçambas são agregadas, mas não fazem o trabalho; o dinheiro seria desviado para beneficiar aliados.
Outra denúncia feita por Cadá diz respeito a um veículo pertencente a primeira-dama. Segundo ele, o veículo teria sido dado como roubado pelo prefeito, que chegou a receber a indenização no valor de R$ 110 mil, mas que depois o carro apareceu em nome de outra pessoa antes de ser presenteado a sua mulher.
Além das denúncias o vice-prefeito criticou os vereadores por serem omissos. Cadá ressaltou que fez as denúncias porque perdeu a paciência com a Câmara que não faz seu trabalho. “Vocês foram escolhidos pelo povo para fazer esse trabalho de fiscalizar os recursos do povo,” disse.
Cadá disse que foi a Câmara apenas para alertar os vereadores, mas que as denúncias já foram protocoladas no Ministério Público do Estado (MPCE) e já estariam sendo investigadas pela Procap (Procuradoria de Combate aos Crimes Contra a Administração Pública).
Ao final, o vice-prefeito disse ter desafiado o Ministério Público a colocá-lo frente a frente com o prefeito Lacerda para saber quem a razão. “Desafio meu companheiro (Lacerda) para um debate; pra ele pegar nessa munheca, abaixo de Deus,” desabafou.
O vice-prefeito acusou ainda o prefeito de tentar compra-lo. “Se ele tava pensando que eu era objeto, ele quebrou a cara. O que ele mandou, ele recebeu. Eu não sou canalha. Agora mande ele me calar,” finalizou.
Cadá é ex-vereador e chegou assumir a Prefeitura em setembro de 2011, depois que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE)cassou os mandatos do então prefeito José Edilson e do vice Heverton Costa. Cadá era presidente da Câmara e na época convocou novas eleições.
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