A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta terça-feira 12, dois suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes – crime que completa um ano no próximo dia 14. Segundo a denúncia formulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-RJ o policial militar reformado Ronnie Lessa efetuou os disparos, e o ex-policial Élcio Vieira de Queiroz dirigia o carro do atirador. Eles foram denunciados pelos homicídios qualificados de Marielle e Anderson Gomes e tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que sobreviveu.
As prisões ocorreram por volta das 4h e os policiais também cumprem 32 mandados de busca e apreensão. A ação foi batizada de Operação Lume, em referência a uma praça no centro do Rio de Janeiro, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista.
No local, ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes do seu partido, o PSOL. “Além de significar qualquer tipo de luz ou claridade, a palavra lume compõe a expressão ‘trazer a lume’, que significa trazer ao conhecimento público, vir à luz”, informa nota do Ministério Público.
O MP-RJ considera que o crime foi planejado de forma “meticulosa” nos três meses que antecederam as execuções. Além dos mandados de prisão, a chamada Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados, para apreender documentos, telefones celulares, computadores, armas e acessórios. Ronnie Lessa é policial militar reformado e Elcio foi policial militar, tendo sido expulso da corporação.
Na denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.
No último domingo, a jornalista Fernanda Chaves, sobrevivente do crime, mostrou o rosto no Fantástico e classificou a falta de solução para o crime como “uma vergonha”. Fernanda era assessora de Marielle e estava no veículo que foi alvejado, mas foi atingida apenas por estilhaços e declarou ter apenas ouvido rajadas, sem ver os rostos dos atiradores.
“É inconteste que Marielle Francisco da Silva foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia”, diz a denúncia acrescentando que o crime praticado na noite de 14 de março de 2018 foi um golpe ao Estado Democrático de Direito.
(Com Agência Brasil)
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