Das 513 famílias que vivem no entorno da barragem Granjeiro, no município de Ubajara, pelo menos 250 já foram retiradas do local ainda na noite deste sábado (16), como medida preventiva. A decisão foi tomada, após avaliações da Defesa Civil, para evitar uma tragédia caso ocorra um rompimento, o que, de acordo com o prefeito, possui risco mínimo de acontecer.
Segundo informações divulgadas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Corpo de Bombeiros (Cedec/CBMCE), responsável pela evacuação, parte das famílias foram realocadas em casas de parentes e outras foram encaminhadas para o Santuário da Mãe Rainha, localizado no Bairro São Sebastião. Entidades estão recolhendo doações para os evacuados.
A medida é justificada pela realização das obras de abertura de um novo sangradouro para o açude Granjeiro, um reservatório particular localizado entre os municípios de Ubajara e Ibiapina. "Está chovendo nas cabeceiras do rio, e temos a necessidade de fazer a remoção das pessoas que estão à jusante do rio. O risco de rompimento é minimo, mas existe, e não podemos trabalhar com nenhuma possibilidade de risco, por isso estamos fazendo esse trabalho que é altamente preventivo", explicou Renê Vasconcelos, prefeito de Ubajara, em tranmissão ao vivo pelo Facebook.
Ainda segundo ele, réguas foram instaladas no açude para realizar o monitoramento do nível da água. A previsão, até o momento, é de que as obras sejam concluídas entre segunda (18) e terça (19).
Equipes da Secretaria de Recursos Hídricos do Governo do Ceará (SRH) e da Agência Nacional de Águas (ANA) estão no local realizando trabalhos de reforço da barragem.
Precariedade dos reservatórios particulares desperta preocupação
O Sistema Verdes Mares mostrou nesta semana os riscos quebarragens particulares construídas de forma precária causam e a dificuldade de fiscalização dos órgãos competentes.
Chegam a milhares os barreiros e açudes construídos de forma aleatória em propriedades particulares do sertão cearense, represandoriachos e córregos em benefício de um limitado número de pessoas.
A maioria delas é feita sem acompanhamento técnico ou por engenheiro e empresa especializada em obra hidráulica e geologia. Além do risco de rompimento da estrutura, represar afluentes sem estudo prévio pode gerar impactos negativos em açudes de grande importância para o Estado.
De acordo com a SRH, "todas as barragens, independentemente das especificações técnicas, devem ser obrigatoriamente outorgadas e incorporadas ao Cadastro Estadual de Barragens.
Fonte diário do nordeste.
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