O Ceará atingiu em 2018 o menor índice de evasão escolar já registrado em sua história: 5% dos estudantes que fizeram matrícula no ensino médio da rede estadual abandonaram a escola no ano passado. A informação, com base no Sige Escola (Sistema Integrado de Gestão Escolar), foi divulgada pelo governador Camilo Santana (PT) na tarde de ontem, em bate-papos em seus perfis nas redes sociais Facebook e Instagram.
O índice cai continuamente desde 2007, quando a evasão escolar chegava a 16,4% — a exceção foi 2016, quando o indicador permaneceu igual ao de 2015, 8,9%. Em 2017, a taxa de abandono na rede estadual, de 6,6%, já havia sido a menor já registrada. Os números desse período são do Censo Escolar. Camilo creditou a marca às ações implementadas pela Secretaria da Educação (Seduc) e disse ainda querer melhorar ainda mais o índice. “Estamos com uma política de estímulo, premiação e acompanhamento para que a médio e longo prazo a gente consiga atingir esse objetivo”, afirmou.
E completou: “Se compararmos com o Brasil, a taxa de abandono nacional é de 8,9%. Estamos praticamente com a metade da taxa e vamos trabalhar para melhorar. O Ceará tem se destacado na educação pública brasileira. Hoje, é um referência nacional e fora do Brasil”.
Titular da Seduc, Eliana Estrela aponta que o mérito para o resultado se deve, sobretudo, ao investimento em escolas de tempo integral e de educação profissional. O governador citou nas redes sociais que o Estado tem o maior número de escolas profissionalizantes em tempo integral: 121. Eliana lista ainda um “conjunto de atividades” que permitiram alcançar esse índice.
São ações como o Mais Paic (Programa de Aprendizagem na Idade Certa), que prepara o aluno do 9º ano com vistas ao Ensino Médio; o programa Diretor de Turma, que “desenvolve competências socioemocionais dos alunos”; e o foco no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Ela ainda destaca o papel da Superintendência Escolar, com um “olhar mais especial” para as escolas e o estabelecimento de metas. “Os jovens têm mais oportunidades de aprendizado, cooperação, desenvolver o protagonismo”.
Para reduzir a evasão ainda mais, a secretária cita a busca ativa feita por projetos como Nenhum Aluno a Menos, em parcerias com prefeituras municipais, e Diretor de Turma. Neste último, há monitoramento de faltas consecutivas do aluno. “Se ele falta três ou quatro dias, já emite um sinal de alerta para ir fazer essa busca. Se o aluno está fora há algum tempo a busca utiliza outros mecanismos”.
A titular da Seduc reconhece, porém, que o ensino noturno ainda precisa de maior atenção. “Geralmente, trabalhadores, passam o dia no emprego e, cansados, deixam de ir”.
Fonte: O Povo
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