Mais de 50% das barragens ameaçadas de desabar estão no NE

O Nordeste tem vinte e quatro barragens sob ameaça de desabamento. O número equivale à mais da metade das represas comprometidas em todo o Brasil. A informação consta no Relatório de Segurança de Barragens – 2017 (RBS), de 84 páginas, coordenado anualmente pela Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado nesta segunda-feira (19). Ao todo, no país, são 45 barragens em risco. De acordo com os técnicos, há problemas de baixo nível de conservação, insuficiência do vertedor e falta de documentos que comprovem a estabilidade da barragem.

Na região, a Bahia possui o maior número de estruturas comprometidas, com 10 barragens ameaçadas. Em seguida vêm Alagoas (6), Rio Grande do Norte (5), Ceará (1), Pernambuco (1) e Sergipe (1). Entre as causas, foram identificados problemas como vertedores insuficientes, fissuras na crista, falta de manutenção e até mesmo árvores e arbustos encontradas em algumas partes.

Pernambuco tem a represa com o maior custo estimado de reparo no país. Estima-se que R$ 40 milhões seriam gastos na barragem de Jucazinho, em Surubim, no Agreste de do estado. Os valores necessários para os consertos variam de acordo com o local. Na barragem do Prado, em Teotônio Vilela, Alagoas, seriam gastos cerca de R$ 150 mil para solucionar o problema de vertedor insuficiente, por exemplo.

Número de barragens ameaçadas no Brasil quase dobrou

O documento aponta que aumentou de 25 barragens, em 2016, para 45 em 2017 o número de áreas com risco de desabamento no país. No período coberto pelo relatório foram identificados 14 episódios de acidentes e incidentes, sem vítimas fatais. Das 45 barragens, 25 pertencem a órgãos e entidades públicas, segundo a agência. No país há um cadastro que reúne 24.092 barragens para diferentes finalidades, como acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais e para geração de energia.

Porém, os técnicos calculam que o número de represamento artificiais espelhados pelo país seja pelo menos três vezes maior. De acordo com a ANA, a quantidade exata só será conhecida quando os órgãos e entidades fiscalizadoras cadastrarem todas as barragens sob sua jurisdição. Das 24.092 barragens registradas, 3.545 foram classificadas pelos agentes fiscalizadores segundo a Categoria de Risco (CRI) e 5.459 quanto ao Dano Potencial Associado (DPA). Das barragens cadastradas, 723, o equivalente a 13%, foram classificadas simultaneamente como de CRI e DPA altos.

A ANA informou que foram aplicados R$ 34 milhões, no ano passado, para serviços de operação, manutenção e recuperação de barragens. Em 2016, foram investidos R$ 12 milhões.
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