O município de Limoeiro do norte aparece na lista de municípios com alto risco de retorno do sarampo, segundo reportagem publicada pelo Jornal Diário do Nordeste, na edição desta terça-feira, 31. As informações são da Secretaria de Saúde do Estado.
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Com casos confirmados em seis estados brasileiros neste ano, o sarampo continua representando ameaça ao Ceará. Mesmo sem ocorrências da enfermidade desde 2015, quando chegou ao fim o surto de dois anos registrado no Estado, mais de 30% dos municípios cearenses apresentam risco alto ou muito alto para a reintrodução do vírus da doença, conforme revela análise da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
Segundo o órgão, sete cidades possuem risco considerado muito alto e 54 têm risco alto de registrarem novos casos da doença caso o vírus volte a circular no Ceará. Outras 67 apresentam médio risco e 56 possuem baixas chances de voltarem a ser afetadas pelo sarampo.
A análise leva em conta indicadores relacionados à qualidade do programa de imunização e da vigilância epidemiológica, como a taxa de abandono entre as duas doses da vacina contra a infecção, e características intrínsecas dos municípios, como densidade populacional e presença de zonas vulneráveis. A estrutura organizacional para resposta na rede de saúde pública também é avaliada a partir de dados sobre a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e também dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Conforme explica a coordenadora de Vigilância e Saúde da Sesa, Daniele Queiroz, o Ceará foi o único estado do País cuja cobertura vacinal contra o sarampo atingiu, no ano passado, a meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde. O grande alcance da imunização garante maior proteção da população contra um novo surto. No entanto, aspectos próprios de determinados municípios, a exemplo do nível de urbanização e de adensamento populacional, são favoráveis à proliferação do vírus.
"Esses estudos começaram a ser realizados depois da epidemia e servem para nortear as ações do período seguinte. Como nós não temos sarampo, não podemos avaliar o resultado da vigilância pelos casos. Por isso, utilizamos esses indicadores", afirma Daniele. "Municípios com alta taxa de urbanização têm maior risco, assim como os de maior densidade demográfica, porque a aglomeração de pessoas aumenta o risco de disseminação caso o vírus chegue", completa a coordenadora.
A Sesa fez visitas técnicas a 48 municípios com classificação de risco entre alto e muito alto para planejar estratégias de vacinação de públicos mais vulneráveis. A campanha de imunização de 2018 contra a doença terá início no próximo dia 6. Daniele Queiroz destaca que a vacinação é a medida mais eficaz para evitar a reintrodução do vírus e o surgimento de novos casos. A cobertura de 95% do público-alvo, segundo a coordenadora da Sesa, assegura que o vírus não volte a circular no Estado.
Para atingir a meta, contudo, é preciso combater a taxa de abandono vacinal. Por se tratar de uma imunização com duas doses, é comum que parte da população inicie o esquema vacinal, mas não o finalize. "A estratégia que será lançada em agosto é justamente para corrigir qualquer falha que exista na cobertura vacinal. É a oportunidade de colocar em dia a caderneta de vacinação de crianças de 1 ano até menores de 5 anos e de adultos", afirma Daniele.
A coordenadora ressalta que a vacinação contra o sarampo também abrange a população de 12 a 49 anos de idade. Pessoas na faixa etária de 12 a 29 anos precisam receber duas doses da vacina para serem consideradas protegidas contra o sarampo. Já aquelas com idade entre 30 e 49 anos precisam apenas de uma dose.
Fim do surto completa três anos
Este mês de julho marca três anos do fim do último surto de sarampo registrado no Ceará. A epidemia ocorreu entre 2013 e 2015, quando foram contabilizados 916 casos da doença. Na época, o Estado se encontrava há 15 anos sem ocorrências. A cadeia de transmissão do vírus só foi interrompida em julho de 2015, após intensificação da vacinação nos municípios cearenses, com a realização de buscativas de pessoas não imunizadas. No ano seguinte, a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) deu por encerrado o surto.
Site: Diário do Nordeste