O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta terça-feira, 10, que espera assinatura do presidente Michel Temer (MDB) para garantia de novos recursos. As cifras não foram reveladas. A aprovação da medida provisória libera contrato de gestão com o Ceará e outros estados para a segurança. Anúncio oficial foi estimado para a próxima semana.
“Esse dinheiro vai ser posto à disposição dos estados, mas eles têm que entregar resultados, em redução de homicídios, melhoria de formação, uniformidade de dados, dentre outros”, explicou o ministro sobre o contrato de gestão. Jungmann falou à imprensa após encontro com secretários do setor na Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa (LAAD, na sigla em inglês), na capital paulista.
Questionado sobre intervenção federal além do Rio de Janeiro, o ministro negou. Reforçou, porém, que outras unidades da Federação recebem ajuda governamental. Solicitações feitas pelo governador cearense Camilo Santana (PT)ainda estão em análise, informou Jungmann.
Rio de Janeiro
Sobre a intervenção no Rio, que deve seguir até o fim do governo Temer, em 31 de dezembro, o ministro disse que a continuidade dependerá dos governantes seguintes. “A intervenção tem ido muito bem e vai cada vez melhor”.
“Os índices começam, lentamente, a ser revertidos. Os últimos resultados são prova disso. A principal milícia foi golpeada sem paralelo, com 148 presos. É um exemplo claro. Temos operações engatilhadas e o Rio de Janeiro vai ter sequência de boas notícias sobre o combate ao crime organizado. Paulatinamente, vai-se ampliar a sensação de segurança. A intervenção está no caminho certo: reformular, reestruturar as polícias e não admitir politização e corrupção”, declarou.
Na operação realizada no último sábado, 7, contra o grupo conhecido como Liga da Justiça, foram presas 148 pessoas em um sítio. Durante a ação, quatro pessoas morreram. Entre os detidos estão sete adolescentes. Os milicianos tinham como base o município de Campo Grande, mas já expandiam as atividades para Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Civil, os criminosos, além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, tinham acordos para controlar o tráfico de drogas e o roubo de cargas nos territórios onde atuavam.
Marielle
“Houve um afunilamento das hipóteses”, contou, sobre as investigações do caso Marielle Franco. A vereadora do Psol e o motorista Anderson Gomes foram mortos no último dia 14, no Rio.
Segundo o ministro, as equipes que trabalham no caso demonstram confiança de que chegarão até os responsáveis por ordenar a execução da vereadora. “Eu sinto das pessoas, quando converso lá, que elas estão animadas, de que vão conseguir colocar na cadeia não só os que executaram, mas também chegar aos mandantes desse crime que chocou a todos nós”, acrescentou.
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