São Paulo. A prisão de Lula (PT) foi considerada "justa" pela maioria (54%) dos eleitores consultados na mais recente pesquisa Datafolha, realizada em todo o País e divulgada ontem. Detido neste mês por corrupção e lavagem de dinheiro, o petista sofreu uma diminuição na sua vantagem na corrida presidencial, de 37% (em janeiro) para 31%.
Nos cenários sem Lula no páreo, o Datafolha apontou que a ex-ministra Marina Silva (Rede) e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), são hoje os principais herdeiros dos votos, antes destinados ao ex-presidente.
Marina comentou, dizendo estar comprometida com debate e não com embate, numa referência clara a Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PSL à Presidência. Ela aparece na pesquisa Datafolha com até 16% das intenções de voto, em cenários que não consideram Lula como candidato, um porcentual equivalente ao de Bolsonaro, que tem 17% das intenções de voto.
Já o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, vibrou com os números, afirmando acreditar que, se Lula não estiver na disputa, boa parte dos votos do líder petista pode migrar para o ex-governador do Ceará. Sobretudo no Nordeste, ressaltou.
No cenário em que Lula não participaria da disputa, Ciro conta com 9% das intenções de voto, empatado com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que se filiou ao PSB. O líder do PSB na Câmara, Julio Delgado (MG), afirmou que o resultado da pesquisa mostra que o lançamento da pré-candidatura de Barbosa seria "irreversível". Além da queda de Lula, os diretores do Datafolha, Mauro Paulino e Alessandro Janoni, destacaram a taxa recorde de votos brancos e nulos: 21%.
'Ficha-suja'
Apesar de o ex-presidente ter sido considerado um "ficha-suja" pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tarcísio Vieira, a direção nacional do PT voltou a confirmar, ontem, que Lula será seu candidato em outubro, apesar de estar cumprindo pena há 9 dias e do risco de impugnação da candidatura.
Na sexta, o partido tentou impedir, no TSE, a divulgação da pesquisa, por elaborar cenários estatísticos sem Lula, mas o TSE negou seu pedido e argumentos.
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