Crianças sem aulas de Tempo Integral há mais de 65 dias em Russas

Pais de crianças matriculadas nas unidades educacionais de “Tempo Integral”, em Russas, reclamam que mesmo depois de 65 dias do inicio das aulas, as unidades estão dispensando as crianças às 11 horas da manhã, sem nehuma explicação para isso. Nas creches da Catumbela e CAIC, a insatisfação é grande por parte dos genitores.

“Batalhamos para matricular nossos filhos em creches de tempo integral para podermos ter a oportunidade de trabalhar. Já se passaram mais de dois meses que a escola não funciona como deveria funcionar”, comentou a mãe de uma criança de 3 anos, matriculada na Unidade Educacional de Educação Infantil Afra Araújo Lima, localizado na Catumbela.

Uma das mães, Elaine Cristina, chegou a enviar uma carta para as emissoras de rádio para chamar a atenção da opinião publica e dos políticos sobre a situação.

No CAIC, que é localizado na comunidade do Mutirão, a situação não é diferente. Os pais deixam seus filhos às 07h e as 11 precisam ir buscá-las. “Uma vergonha! Todo ano é a mesma coisa. Quando vão normalizar o atendimento do tempo integral”, lamentou outra mãe.

A prática já se tornou rotineira no calendário escolar das creches de Russas. Em 2017 aconteceram os mesmos contratempos, tanto no primeiro, como no segundo semestre. O pior é a falta de informação para os pais das crianças.

Nem mesmo os professores sabem explicar as mães atônitas o que esta acontecendo. Diretores já não sabem o que dizer. Na Secretaria da Educação, o silêncio e a omissão de informações se faz predominante. Sem justificativa oficial, as versões e boatos se multiplicam.

Alguns alegam falta de funcionários; outros dizem que o adiamento é uma forma da prefeitura economizar recursos e enquanto os mais exaltados declaram que é por falta de alimentos para as refeições e lanches das crianças.

Seja qual for à versão da prefeitura municipal, a verdade é que os pais de crianças que trabalham fora precisam improvisar e encontrar alternativas para pegar seus filhos as 11h. "Temos que se virar. Deixar com parentes e ate vizinhos para poder ir trabalhar", finalizou uma das mães.