PF localiza papéis com citação ao presidente Temer
Uma suposta folha de papel contendo citações ao presidente Michel Temer e a várias empresas e pessoas físicas, incluindo Michel Temer e à Argeplan, construtora controlada pelo coronel da PM José Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo e suspeito de ser 'laranja' do presidente. é encontrada na sala do Gerente Willy Maxell, da Rodrimar, um dia depois da prisão do dono da empresa,
A Skala investiga supostos benefícios à empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. O presidente Michel Temer (MBD) é um dos alvos do inquérito.
A equipe SP-13, da PF, chefiada pelo delegado Fábio Seiji Tamura, cumpriu o mandado número 15 do ministro Barroso. Os agentes vasculharam quatro andares da sede da Rodrimar, localizada à Rua General Câmara, 129/141, Centro de Santos. Os agentes percorreram o 3º andar, o 4º, o 5º e o 8º.
A SP-13 descreveu em relatório anexado aos autos o material apreendido na Rodrimar. O item número 7 se refere à Argeplan. "Uma folha de papel contendo relação de empresas, entre elas, Argeplan Arquitetura e Engenharia LTDA (encontrado no quarto andar - setor jurídico)", relatou a PF.
O nome do presidente é citado no item 20. "Uma folha de papel contendo o nome de várias empresas e pessoas físicas, incluindo Michel Temer (encontrada na sala do gerente Willy Maxell, quinto andar)."
Coronel Lima é um nome emblemático da Operação Skala, muito ligado a Temer desde os anos 1980 e 1990, quando o presidente exerceu o cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo (Governos Montoro e Fleury Filho).
Ao autorizar a Operação Skala, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso registrou que, para a Polícia Federal, a empresa Argeplan "tem se capitalizado" com recursos de empresas interessadas na edição do Decreto dos Portos e distribuído tais recursos para os demais investigados.
Barroso citou que a PF chegou a essa constatação na análise dos documentos colhidos tanto no Inquérito dos Portos, do qual é relator, quanto nos autos de um inquérito que já tramitou no Supremo sobre o setor portuário e hoje se encontra arquivado -- Temer foi investigado nesse caso.
Para a Polícia Federal, segundo Barroso, a análise conjunta dessas duas investigações "permite concluir que a Argeplan, agora oficialmente com o Investigado João Batista Lima Filho como sócio, tem se capitalizado por meio do recebimento recursos provenientes de outras empresas - as interessadas na denominado Decreto dos Portos -, e distribuído tais recursos para os investigados".
O POVO QUER SABER
- QUAL O DOCUMENTO QUE FOI ENCONTRADO?
- O QUE DIZIA O DOCUMENTO ?
- EM QUAL DATA E DIA ELE FOI FEITO?
- SERÁ QUE NÃO FOI COLOCADO LÁ PARA INCRIMINAR O PRESIDENTE?
- O QUE PROVA O DOCUMENTO??
- DO TEMPO EM QUE ESSE PROCESSO DOS PORTOS ROLA, SE EXISTISSE ALGO COMPROMETEDOR, AINDA ESTARIA NA EMPRESA??
REAÇÃO
O Palácio do Planalto reagiu ontem à ofensiva do Ministério Público e da Polícia Federal, que pode levar a uma terceira denúncia por corrupção contra o presidente, afirmando que o Temer é vítima de uma trama para impedir sua candidatura à reeleição e que está em curso uma tentativa de "destruir sua reputação."
A nota foi a primeira declaração oficial sobre a operação que prendeu, além de Lima, o advogado José Yunes, assessor e amigo de seis décadas de Temer.
O governo diz que "o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública". "Bastou a simples menção a possível candidatura para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura."
A nota criticou as prisões temporárias decretadas contras os aliados do emedebista, entre os quais o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, que comandou o Porto de Santos por meio da estatal Codesp.
"Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação", diz o comunicado.
O Planalto informou ainda que todas as áreas operadas pela Rodrimar serão "relicitadas".
O texto afirma que os investigadores não têm "fatos reais a investigar" e "tentam criar narrativas que gerem novas acusações".
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