Quase um mês após o furto ao paiol do Exército Brasileiro (EB) em Maranguape, quatro suspeitos já foram presos e apenas metade das 16 mil munições desviadas foram recuperadas, pela investigação realizada pelo EB, em parceria com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).
O último resultado das investigações policiais foi a apreensão de 1.700 munições, sendo 1.200 de pistola calibre 9 mm e 500 de fuzil calibre 7.62, pela Delegacia Municipal de Jaguaruana, da Polícia Civil. As munições foram apreendidas em uma zona rural do Município, na tarde da última quinta-feira (18).
Uma fonte ligada à investigação, que preferiu não se identificar, revelou que a Delegacia Municipal recebeu informações do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e do Ministério Público Militar para chegar à munição. Cerca de 8 mil munições - ou seja, metade do material furtado - foram recuperados pelas forças policiais.
Ninguém foi preso na ação policial e as apurações apontam, até o momento, que não há envolvimento de moradores de Jaguaruana. A fonte ouvida pela reportagem também confirmou que quatro suspeitos já foram detidos por participarem da quadrilha que desviou munições do paiol do Exército Brasileiro, localizado em Maranguape, para o uso da facção criminosa Guardiões do Estado. Eles se encontram detidos na Capital.
O Diário do Nordeste já havia antecipado, na edição do último dia 10 de janeiro, que dois soldados haviam sido presos pelo furto das munições. Ainda conforme a fonte da investigação, os outros dois detidos são civis, sendo um homem e uma mulher.
Detalhes do crime da investigação ainda não foram revelados pelo Exército e pela SSPDS, que tratam o caso com extremo sigilo. O secretário de Segurança Pública, André Costa, afirmou, em entrevista no dia 12 deste mês, que "nós estamos esperando fechar essa investigação, para, em coletiva, passar os detalhes", disse o titular da Pasta.
André Costa se restringiu a informar que a maioria das munições furtadas foram desviadas para o crime organizado na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e que parte delas já haviam sido recuperadas.
Crime
O único pronunciamento do Comando da 10ª Região Militar - responsável pelos estados do Ceará e Piauí - sobre o caso, até o momento, foi através de uma nota oficial, que dizia que estava sendo apurado "o desaparecimento de munição nas instalações da 2ª Companhia de Suprimento (Maranguape-CE), organização militar (OM) subordinada ao 10º Depósito de Suprimento (10º D Sup, Fortaleza-CE)".