O Ceará é o segundo estado do país com maior número de integrantes de uma organização criminosa que domina o Sistema Penitenciário e comanda ataques a delegacias, bancos e ao sistema de transporte. São cerca de seis mil bandidos. A informação foi revelada em reportagem especial apresentada nesta quarta-feira (30) no telejornal “Bom-Dia Brasil”, da rede Globo de Televisão.
Sem citar o nome da organização criminal, mas se referindo ao PCC (Primeiro Comando da Capital), a reportagem ouviu especialistas em Segurança Pública sobre o avanço do crime no estado. E os números apresentados são assustadores. Nos primeiros seis meses do ano, 2.229 pessoas foram assassinadas no Ceará, um aumento da ordem de 25 por cento em comparação ao primeiro semestre de 2016.
Segundo ainda a reportagem, o Ceará só perde para São Paulo no número de criminosos ligados ao PCC, lembrando que foi nos presídios paulistas onde a organização criminosa se originou. Atualmente, 73 por cento dos bandidos da facção que atuam no Nordeste se concentram no Ceará, Rio Grande do Norte e Alagoas. Os dados segundo a Globo, foram obtidos junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
Luiz Fábio Paiva, integrante do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), diz que entre 40 a 60 por cento dos presos recolhidos nas unidades penais do Ceará estão atrás das grades indevidamente, e quando são colocados nos grandes presídios se vêem obrigados a aderir às facções como forma de proteção.
Também ouvido na reportagem, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará, Francisco Lucas da Silva , diz que as facções estão, cada vez mais, se organizando e as ordens para os ataques fora das cadeias partem das CPPLs (Casas de Privação Provisória da Liberdade).
Já o promotor de justiça Linconl Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao crime Organizado (Gaeco), de São Paulo, afirma que as facções estão ligadas umbilicalmente ao tráfico de entorpecentes e a “guerra” travada entre elas inicialmente apenas dentro das cadeias agora se expandiu para as ruas das cidades e as mortes estão impactando nas estatísticas dos homicídios no País e, em especial, no Nordeste.
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