A queima de resíduos tóxicos no lixão do município de Russas se transformou em um grave problema de saúde pública para os moradores das comunidades Alto São João e Aeroporto, área urbana onde se localiza o depósito irregular de resíduos. Eles alegam os graves problemas respiratórios em consequência das recorrentes queimadas no local.
A aposentada Maria Salvelina Cordeiro, 68, mora há 11 anos na comunidade do Aeroporto, que fica ao lado do lixão e diz que, "desde sempre", sofre com as recorrentes queimadas. "Já tive de abandonar a minha casa por uns dias devido a problemas respiratórios... por 4 vezes estive internada no hospital... me sinto muito cansada por conta disso, comecei a sentir esse cansaço por conta da fumaça", conta. A moradora explica que não há hora nem dia certo para acontecer. Resíduos como pneus, madeira, poda de árvores, animais mortos são queimados, geralmente no fim da tarde e início da noite. Mesmo com a diminuição, ela conta que houve períodos em que o lixo era queimado várias vezes por semana.
"Você tá em casa e, de repente, sobe aquela fumaça preta de pneu queimado. A comunidade fica toda escura, entra na casa de todo mundo, quase ninguém suporta isso. E quando acontece de madrugada, depois da meia-noite? É um sofrimento só, a gente não consegue nem dormir", se queixa outra moradora.
Ela alerta para a grande quantidade de idosos e crianças que estão expostas a essa situação. "Aqui na vizinha são bem cinco crianças. Vivem doentes. A quem você perguntar aqui na comunidade vai dizer a mesma coisa", lamenta.
As comunidades se reuniram na manhã desta terça-feira (11), e interditaram a via de acesso dos caminhões de lixo ao depósito de resíduos, e prometem permanecer por lá com ela interditada até o comparecimento das autoridades responsáveis no local para negociar uma solução para o problema. Fonte erivando lima
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