Homicídios têm alta de 65% no Ceará em maio

O número ascendente de mortes violentas no Ceará chegou ao pior índice do governo Camilo Santana, no mês de maio, quando foram registrados 471 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Conforme levantamentos da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o índice de maio de 2017 é 65,3% maior que em igual período de 2016.
As ocorrências ultrapassaram até mesmo o primeiro mês da gestão do atual Governo, que tinha sido o pior até agora, quando foram registradas 431 mortes violentas. Abril de 2017 demonstra que o pico no número de assassinatos era anunciado, já que também contabilizou uma taxa considerada alta, com 377 execuções no Estado.
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Fortaleza e Região Metropolitana são as áreas com os piores indicadores, segundo as estatísticas da SSPDS. Nos 31 dias do último mês, houve 191 CVLIs, na Capital. O número é 124,7% maior que em maio de 2016, quando houve 85 crimes. O salto nos registros da Região Metropolitana também é alarmante: o número dobrou. Foram 61 crimes violentos em maio de 2016 e 122 em maio deste ano.

Nessa sexta-feira (9), o secretário da Segurança Pública e Defesa social (SSPDS), André Costa, assumiu que o Estado enfrenta dificuldades. Conforme o titular da SSPDS, a população deve mostrar apoio aos policiais que estão nas ruas. "Os números falam por si só. É um momento difícil que passamos e não por falta de trabalho e empenho. Trabalho tem tido. São quase 50 prisões por dia no Estado. Os dados mostram também trabalho positivo", disse Costa.

Nas regiões denominadas pela SSPDS como Interior Norte e Interior Sul também foi registrado crescimento da violência. O aumento no número de execuções, comparando maio de 2016 e de 2017, no Norte, foi de 22% e no Sul 7,5%, respectivamente.

De janeiro a maio de 2017, o acumulado dos CVLIs no Estado é 22% maior do que a soma dos cinco primeiros meses de 2016. Para André Costa, o aumento em todas as regiões do Estado também se deve às "pessoas que estão guerreando entre si dentro dos presídios e isso tem surtido efeitos e reações nas ruas".

O secretário se refere às constantes disputas por território de tráfico de drogas. É cada vez mais comum as mortes múltiplas em confrontos de facções rivais, como a chacina que aconteceu em uma mansão, no Porto das Dunas, no sábado (3).
"Estamos fazendo um estudo mais profundo em cima dessas pessoas que morrem nesses tipos de ações e entram nos dados de CVLIs. Esperamos trazer, no próximo mês, dados mais precisos e firmes em relação à quantidade de pessoas que estão morrendo e têm envolvimento com grupos criminosos", declarou.

Apreensões

A Pasta também divulgou os números de apreensões de armas de fogo e entorpecentes no Ceará. Segundo o levantamento, em maio deste ano, foram 657 armas ilegais retiradas de circulação, número 36% maior do que o de maio de 2016. Também há acréscimo no total de drogas retidas. Foram 1,5 tonelada no último mês, contra 1,2 em igual período de 2016.

"As prisões qualificadas foram 16,3% maiores que em maio do ano passado. Quando falamos em prisões qualificadas, são homicidas, traficantes e pessoas que estão portando armas. Daremos continuidade ao trabalho que iniciamos com a Polícia Civil", disse o titular da SSPDS.

A variação do percentual de furtos se mostra como outro ponto negativo do último mês. No Ceará, houve acréscimo de 4,6%. Foram 5.510 furtos registrados em maio de 2017 (3.035 só em Fortaleza), contra 5.269 em igual mês de 2016.

Para reduzir os dados negativos neste mês, a Secretaria planeja novas ações para Fortaleza e Região Metropolitana, onde os números são piores. De acordo com André Costa, se tiverem bons resultados, as ideias serão levadas para o Interior.