Uma vereadora da cidade de Farroupilha, na Serra gaúcha, declarou na noite da última segunda-feira que "nordestino não sabe fazer política, mas sabe roubar". Eleonor Broilo, do PMDB, ainda disse que "os nordestinos sabem se unir para roubar, para ganhar propina, para aumentar a corrupção". Na sequência, sustentou que "talvez eles não saibam falar muito bem, mas sabem roubar que é uma maravilha".
A declaração polêmica foi dada durante o uso da tribuna por parte dos parlamentares em sessão ordinária. Conforme a defesa da vereadora, que também é médica pediatra, "a fala foi tirada de contexto e não se referia à população como um todo, mas à classe política". O advogado Roger Fisher argumenta que a declaração foi dada após o pronunciamento de outro vereador, que apontava "a suposta desunião da bancada gaúcha em Brasília". A partir disso, sua cliente teria seguido o debate, argumentando com falas que segundo ele "foram retiradas de contexto".
Fisher ainda elencou o fato de Eleonora ser a única mulher na Casa e fazer oposição ao governo municipal como um dos motivos para a "distorção" em sua fala. Questionado sobre o teor preconceituoso da declaração, independente de estar direcionado apenas à classe política, o advogado garantiu se tratar de "um juízo de valor num ambiente político e falando sobre questões políticas". Eleonor foi alertada por um colega do legislativo sobre o conteúdo da manifestação, ao que retornou à tribuna para tentar retificar o discurso.
Sete vereadores protocolaram nesta tarde o pedido de abertura de Comissão Temporária de Ética (CTE) para avaliar a conduta de Eleonora, pedido que foi deferido pelo presidente da Câmara. Eles terão 30 dias prorrogáveis por mais 30 para concluir a investigação, que deve começar em até cinco dias úteis. Caso haja entendimento de que houve quebra de decoro parlamentar, Eleonora pode ser advertida, suspensa ou até mesmo cassada.
Itens relacionados:
Nacional