O homem já figurou na lista dos mais procurados do Estado e seria assaltante interestadual de banco
Um membro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e assaltante interestadual de banco foi preso na noite da última quarta-feira (9), no bairro Henrique Jorge, em uma operação conjunta da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), do Batalhão de Polícia de Choque e da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil.
Segundo o delegado Raphael Vilarinho, titular da DRF, Noé de Paula Moreira, de 36 anos, foi abordado pelas equipes policiais na Rua Porto Velho, em um veículo blindado Toyota Corolla. Ao ser abordado, conforme os PMs disseram à reportagem da TV Diário, o acusado permaneceu trancado dentro do carro e ofereceu R$ 200 mil para ser liberado.
Após 20 minutos, Noé se rendeu e foi levado para o 10º DP (Antônio Bezerra), e logo depois foi transferido, por questões de segurança, para outra unidade da Polícia Civil. No veículo, não foram encontrados materiais ilícitos, porém o acusado tentou quebrar o próprio aparelho celular, em ação interpretada pela Polícia como uma "tentativa de obstruir as investigações".
Com um vasto histórico criminal, Noé responde por delitos como homicídio, tráfico de armas, estelionato e roubo. De acordo com o delegado Raphael Vilarinho, Noé usou o próprio filho como "escudo humano" durante a operação policial. "Mesmo em um veículo blindado, ele acreditou que os policiais iam atiram nele. Foi nesse momento, onde o acusado não queria se render, que ele colocou o filho de nove anos na própria frente, pois sabia que naturalmente a Polícia não iria atirar", afirma. Além do filho, a mulher de Noé Moreira, de identidade não divulgada, também estava dentro do carro.
A Polícia continua as investigações para descobrir outras possíveis ações de Noé. "Vamos investigar o que ele estava fazendo fora do presídio desde quando fugiu, e, caso provado, fazê-lo arcar com as responsabilidades dos crimes que cometeu durante esse período", disse Vilarinho.
Perigoso
Assaltante interestadual com ações em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, Noé já figurou na lista dos mais procurados do Estado e era foragido da Justiça desde junho de 2016, quando fugiu da Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III), no Complexo Penitenciário Itaitinga II.
A fuga aconteceu cinco meses depois de a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negar o pedido de habeas corpus do acusado, que justificou a solicitação de liberdade sob o argumento de "excesso de prazo na formação da culpa". Noé foi preso em novembro de 2014 durante a "Operação Brasil Integrado III - Ação Fronteiras e Nordeste", suspeito de uma 'saidinha bancária', próximo ao Mercado São Sebastião, localizado no Centro.
Na ocasião, foram apreendidos com ele e os comparsas um revólver de calibre 38 e uma pistola de nove milímetros. Na ocasião, os policiais encontraram na residência do acusado, meio quilo de maconha e um desenho da planta do Instituto Penal Paulo Oliveira II (IPPOO II), que poderia ser utilizada para um possível plano de fuga ou resgate.
Segundo Vilarinho, a prisão de Noé desarticula futuros crimes de altas proporções no estado. "É uma prisão importante para a sociedade. Com a recaptura desse indivíduo, acreditamos que os roubos às instituições financeiras irão diminuir, pois ele era especialista em ataques a bancos no Estado do Ceará", declarou. O delegado afirmou que ele atuava no Maciço de Baturité. (Colaborou Fabrício Paiva)
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