A previsão inicial do órgão era cortar de 15% a 20% do total de auxílios reavaliados. Os demais auxílios revisados foram transformados em aposentadorias por invalidez. Além dos 82% de benefícios cancelados, 18% foram convertidos em aposentadorias por invalidez. Isso significa que 8 em cada 10 beneficiários que passaram pelo pente-fino foram cortados.
Dos 5.00 benefícios analisados, 50% eram casos de segurados que tinham contribuições recentes no Cnis (Cadastro Nacional de Informações Sociais) ou que declararam que estão trabalhando no dia da perícia, A revisão também identificou que 20% dos beneficiários nunca tinham feito recolhimentos à Previdência Social ou não tinham atingido o número mínimo de contribuições para ter o direito de receber esse benefício.
Sintoma de fraude
Um dos principais sintomas de que as fraudes são comuns é a constatação de que metade dos segurados periciados estavam trabalhando e contribuindo com a Previdência Social, o que não é permitido a cidadãos que recebem auxílios-doença ou aposentadorias por invalidez.
Em parte dos casos, os próprios segurados revelaram aos peritos que estavam trabalhando. "Houve até uma situação em que uma enfermeira pediu para o perito examiná-la mais depressa porque ela precisava voltar para o plantão", contou uma fonte com acesso às informações.
Procurado, o Instituto Nacional do Seguro Social não comentou os dados até o fechamento desta matéria.
Convocação
Em julho, o governo publicou a medida provisória 739, que determinou a revisão de 530 mil auxílios-doença e 1,2 milhão de aposentadorias por invalidez que são pagas há mais de dois anos. As convocações, por carta, tiveram início entre agosto e setembro. O primeiro lote de convocados é composto por cerca de 75 mil beneficiários de auxílios-doença com até 39 anos de idade. A segunda etapa chamará para passar por nova perícia segurados de 39 a 45 anos.
Indício de irregularidade
A Controladoria-Geral da União já havia identificado que metade dos auxílios pagos tinham indício de irregularidade. Em maio de 2015, de 1,6 milhão de auxílios, 721 mil eram pagos há mais de dois anos
Fonte Estadão
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