João Hudson, gestores de quatro secretarias (Educação, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Planejamento e Finanças e Desenvolvimento Social), além dos ordenadores de despesa do Departamento Municipal de Trânsito, do Gabinete e um procurador-geral, foram alvos da operação “Folhas em Branco”, deflagrada na última quinta pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Centro Administrativo, onde João despachava, e na sede das secretarias. Os mandados foram expedidos pelo juiz de Direito auxiliar da 1ª Vara da Comarca de Quixadá, Adriano Ribeiro Furtado.
De acordo com a Promotoria de Justiça de Quixadá, a operação ocorre após os envolvidos descumprirem ordens e acordos judiciais anteriormente firmados, para garantir o pagamento em dias dos servidores. A ação foi firmada em setembro de 2015 mas, conforme a Promotoria, os gestores não estavam seguindo o que havia sido ajustado. João Hudson, que ficou conhecido como “João da Sapataria”, confessou estar com um salário atrasado mas se defendeu. “A justiça tem que procurar parar para pensar e ver que as prefeituras não são só folha de pagamento. Tem que pagar os carros, a gasolina, a limpeza das ruas, as estradas do sertão”, frisou.
A Câmara de Vereadores de Quixadá deve marcar nos próximos dias uma sessão para nomear o vice-prefeito, Antonio Weligton Xavier Queiroz, como prefeito interino. Wellington disse que, até a noite de quinta, não havia sido comunicado da decisão. Ele confessou que já estava afastado dos trabalhos da gestão desde 2015 por não concordar com as atitudes tomadas por João Hudson a frente da prefeitura. “Nós tínhamos um projeto para a população e esse projeto estava sendo desvirtuado, fugia do modelo que eu queria e que a gente tinha dito nos palanques”, disse ele, que também confessou estar com o salário de vice atrasado há dois meses. “Quixadá já tinha esquecido essa história de pagamento atrasado”.