Em declaração pública, sem a oportunidade de perguntas da imprensa, o peemedebista ressaltou que não pode deixar passar em branco as denúncias e afirmou que nenhum "fato leviano" irá atrapalhar a atividade governamental.
"Quero registrar em alto e bom som que nada embaraçará nossa missão e desejo de fazer com que neste período que esteja à frente da Presidência da República continuemos a trabalhar em favor do Brasil e do povo brasileiro", disse.
Segundo o delator, o presidente interino teria pedido em 2012, na Base Aérea de Brasília, doação de recursos ilícitos para a campanha a prefeito de São Paulo de Gabriel Chalita. Tanto Temer como Chalita negam as acusações.
Para o peemedebista, ninguém que tivesse cometido o "delito irresponsável" descrito pelo delator teria "condições de presidir o país". Segundo ele, a "leviandade não pode prevalecer".
"Nossa honorabilidade está acima de qualquer função ou tarefa publica. Eu quero me dirigir ao povo brasileiro para dizer que não deixarei passar em branco essas afirmações levianas", afirmou.
Sem demissões
Na declaração, o peemedebista também fez um balanço de um mês de sua gestão, ignorando as demissões dos ministros Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), que criticaram em gravações a Operação Lava Jato.
A ideia inicial sugerida ao peemedebista é de que ele fizesse a apresentação em um pronunciamento em cadeia nacional de televisão e rádio na sexta-feira (17).
A proposta era que, assim, ele também se apresentasse formalmente pela primeira vez ao país como presidente interino.
Com receio de que a denúncia de Machado estimulasse panelaços, o peemedebista decidiu abandonar a ideia pelo menos por enquanto.
No balanço, ele afirmou que lançou mão de iniciativas para "tirar o país da crise profunda em que ele mergulhou".
"Nós eliminamos ministérios, cortamos 4.200 cargos de livre nomeação e mais de 10 mil cargos comissionados", afirmou.
Ele disse ainda que desenvolveu uma relação "muito fértil" com o Congresso Nacional, restabelecendo a harmonia entre Executivo e Legislativo.
"E lançamos um ajuste fiscal, uma nova meta fiscal que, como pude perceber, é o mais adequada para o momento que passa o país", disse.
Além das demissões, o peemedebista também não citou os recuos governamentais, como a recriação, por exemplo, do Ministério da Cultura, que havia sido inicialmente extinto.
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