Marcada para o próximo dia 12, em Brasília, a Convenção Nacional do PMDB já está com roteiro praticamente pronto. O discurso do presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, já está na ponta da língua e vem sendo repetido exaustivamente em suas viagens pelo país. “O PMDB não quer mais ser apenas apoiador da governabilidade, mas quer governar o país”, afirma.
Nesta sexta-feira (19) durante visita ao estado de Roraima, Temer disse que o PMDB não quer lançar candidatos, mas um programa para o Brasil. Ele aproveitou para criticar os demais partidos que se preocupam apenas com nomes e não com projetos a longo prazo.
O vice-presidente se referia ao programa “Uma ponte para o futuro”, lançado pelo PMDB em outubro passado, poucos dias antes do Congresso da Fundação Ulysses Guimarães. Temer vem divulgando o programa pelo país como sendo um projeto do partido.
A questão é que o documento, ao ser lançado, recebeu fortes críticas de parte da cúpula peemedebista, entre os quais o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Apesar disso, Temer acredita que possa mobilizar os filiados e angariar apoio para um projeto maior do partido.
“Nós estamos fazendo esse périplo, exata e precisamente para despertar essa consciência participativa do PMDB”, afirmou na visita a Roraima. O vice-presidente tem defendido ainda, em seu discurso, uma melhor distribuição de recursos entre os entes federados, especialmente para os municípios.
“Nós estamos tratando de rever a federação brasileira”, afirmou. Nesse ponto, o discurso de Temer converge com o do senador Renan Calheiros, que tem defendido a aprovação, pelo Legislativo, de um novo pacto federativo.
Temer também aposta que a Convenção Nacional do PMDB servirá para selar a paz e a unidade do partido. Na oportunidade, serão realizadas as comemorações pelos 50 anos da legenda e os 100 anos de nascimento da maior liderança peemedebista, Ulysses Guimarães, morto em 1992 em um acidente de helicóptero no Rio de Janeiro.
A vitória do candidato governista Leonardo Picciani (RJ) para a liderança do PMDB era a cereja do bolo que faltava para que o partido pudesse fechar os acordos necessários para a pacificação. A convenção será para eleger a Executiva Nacional. A chapa que deve comandar a legenda pelos próximos dois anos já está fechada e terá Temer como presidente.
Até agora, segundo caciques peemedebistas, apenas a primeira vice está indefinida. Os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) ainda não decidiram quem vai ocupar a vaga. Isso, no entanto, não é visto como um problema para o partido, já que os dois são grandes aliados e não vão brigar pelo cargo.
“A convenção será tranquila. Não teremos brigas”, garante o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), que foi mais uma vez indicado para permanecer como tesoureiro do partido, cargo que ocupa há mais de 10 anos. “Eu estava querendo sair, mas pediram para que ficasse mais um tempo”, comentou.
O senador cearense não só aposta na unidade do partido como acredita na realização de uma convenção sem surpresas. Para ele, os delegados do partido vão se reunir apenas para a escolha da Executiva Nacional. Questões como um possível rompimento do PMDB com o governo nem devem ser discutidas.
Essa é também a promessa de Temer. A assessoria do vice-presidente garantiu que o assunto não fará parte da pauta da convenção e que o discurso do vice-presidente será no sentido de unificar o partido
por Roberto Moreira
por Roberto Moreira
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