Todos os dias o cenário se repete. Colisões, sobretudo em horário de pico, são responsáveis por agravar ainda mais o caótico trânsito da Capital. Este é um cenário que já faz parte do cotidiano da cidade. A situação é preocupante. De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), de janeiro a abril deste ano, 3.266 acidentes de trânsito foram registrados em Fortaleza – uma média de 27 por dia. Destes, dois foram fatais. Mas, afinal, quais medidas vem sendo tomadas poder público para reduzir esses altos índices?
Nesta sexta-feira (18), durante o lançamento da Semana Nacional de Trânsito, o superintendente da AMC, Arcelino Lima, reiterou que o órgão vem tentando reduzir conflitos entre os modos. Na política macro, explica que isso tem ocorrido através da divisão do espaço viário proporcionalmente para ônibus, bicicletas e automóveis. Cotidianamente, o gestor informa que esse trabalho vem sendo feito por meio de melhorias na sinalização e com a fiscalização do trânsito. “Por mais que o valor das notificações tenha ficado defasado ao longo dos anos, para parte da população esse ainda é um fator inibidor, que faz com que o condutor reveja suas posturas”, salienta.
Outra medida em estudo pela AMC, visando de assegurar maior segurança viária, é a redução de velocidade em vias nas quais observa-se que a velocidade é a grande causadora ou a responsável por agravar acidentes, gerando atropelamentos e colisões que resultam em óbitos. “Com a velocidade média menor, as chances de não ter feridos e de ser um acidente de menor proporção são bem maiores”, reforça. Lima destaca que a redução de velocidade é uma ação que deverá começar a funcionar em breve.
Serão escolhidas algumas vias arteriais e coletoras com maior fluxo de veículos. A velocidade permitida, no entanto, não deverá ser fixa. Conforme a AMC, em alguns casos deverá ser de 40 km/h e em outros 50 km/k, média considerada suficiente para aumentar a percepção dasinalização. “O motorista percebe muito mais se tem ciclista querendo atravessar a rua, se tem alguma placa na frente, um semáforo, qual a velocidade da via. Com 50 km/h, a percepção do condutor é bem maior do que a 60 km/h”, enfatiza.
Por enquanto, acrescenta o superintendente da AMC, essas mudanças vêm sendo realizadas de forma pontual, em casos mais urgentes, a exemplo da Avenida Engenheiro Santana Júnior, no viaduto do Cocó. Mas, ainda neste ano, a Autarquia vai divulgar as vias que irão sofrer modificações. O gestor adianta que a partir da próxima semana, a Rua Fausto Cabral vai receber equipamento de fiscalização eletrônica regulamentando a velocidade da via em 40 km/h.
AMC investe 10% das arrecadações em educação no trânsito
Sem precisar quanto é investido por mês em educação no trânsito, o superintendente da AMC se limitou a dizer que a quantia equivale a pelo menos 10% do arrecadado com multas na Capital.“As nossas ações estão muito voltadas à conscientização em escolas públicas e privadas, e em visitas às crianças, visando conscientizá-las da importância de respeitar as regras de trânsito. Também fazemos ações com motoristas, em blitze educativas”, informa.
“A gente entende que há um clamor da sociedade para tornar exclusivo o montante arrecadado com notificações para educação no trânsito, mas o gerenciamento do trânsito não se resume apenas à educação no trânsito, ainda temos que pagar a energia, a manutenção e implantação de semáforos, faixas de pedestres, faixas exclusivas para ônibus, ciclofaixas, fiscalização eletrônica e o salário dos agentes”, esclarece.
Arcelino reconhece que há um déficit de pelo menos 700 agentes de trânsito na Capital – considerando que a média é de um agente para cada mil veículos e que a frota de Fortaleza é, conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) – formada por 978 mil veículos. Para tentar driblar essa carência, algumas medidas estão sendo tomadas, entre elas a criação do programa Via Livre, para facilitar as operações de trânsito, e a chegada da Guarda Municipal.
Para o ano que vem, o gestor afirma que a expectativa é de realização de concurso público. Mas não soube precisar, porém, quantas vagas devem ser ofertadas. “É um clamor nosso junto ao prefeito que seja o máximo de vagas possível”, enfatiza.
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